De Volta para o Amor Perdido? Que Bobagem! romance Capítulo 441

Naquele instante em que ela estava prestes a advertir Leandro Ferreira, uma voz infantil a interrompeu:

"Mamãe!"

A voz de Dudu surgiu do celular, sua chamada inocente congelando-a no lugar.

Leandro Ferreira virou a câmera do celular, e na tela de Luciana Rocha apareceu o rosto de Dudu.

Em uma única noite, Dudu parecia ter emagrecido bastante. Suas órbitas estavam afundadas, e seus olhos brilhantes se assemelhavam a dois buracos profundos.

Ele vestia apenas uma blusa de moletom fina e larga, deixando à mostra as salientes clavículas.

Normalmente, os empregados da família Ferreira jamais permitiriam que Dudu ficasse ao ar livre com roupas tão leves.

O rosto de Dudu estava marcado por manchas vermelhas devido ao frio. Ele olhava fixamente para Luciana Rocha, que surgia na tela do celular.

Nos olhos do menino, transbordava um desejo profundo por carinho maternal.

As emoções de uma criança são assim. Ontem, Dudu estava zangado e ressentido com Luciana Rocha. Hoje, ao vê-la, ele só queria correr para seus braços, buscando um abraço caloroso e contando a ela o quanto tinha sofrido.

"Mainha, eu e o papai estamos no Templo da Boa Vontade, e o vovô raspou todo o nosso cabelo."

Dudu abaixou a cabeça, revelando para Luciana Rocha sua cabeça completamente raspada.

Luciana Rocha avistou uma cicatriz de um dedo de comprimento na lateral direita da cabeça de Dudu, e sentiu uma súbita palpitação sob o olho esquerdo.

Era a cicatriz que permaneceu após o acidente de carro que Dudu sofreu, ferindo sua cabeça.

A família Ferreira contratou os melhores médicos para realizar a sutura, cuidando meticulosamente da cicatrização. Mesmo que a cicatriz tenha perdido a coloração do ferimento, o cabelo não voltou a crescer naquela região.

Ao ver a cicatriz, Luciana Rocha sentiu uma dor fantasma em sua própria cicatriz abdominal.

No dia em que teve um parto complicado, deitada na mesa de cirurgia, assinou tremendo o formulário de consentimento.

Em noites úmidas e chuvosas, a cicatriz em seu abdômen coçava e doía como se formigas caminhassem sobre ela.

Com lágrimas nos olhos, Luciana Rocha voltou a si, ouvindo Dudu falar sem parar:

"A comida aqui é horrível, eu quero a comida que você faz! A cama é dura, o quarto é frio! Não consegui dormir nada na última noite.

Mainha, eu sinto tanto a sua falta, eu sei que errei, buááá!!"

Os olhos do menino estavam vermelhos, ele mordia os lábios pálidos, o rosto todo franzido em lágrimas.

Usei mais de nove meses para criar sua carne e osso, não se machuque mais por ninguém e não se coloque mais em perigo.

"Buá, buá... mamãe..."

Luciana Rocha disse essas palavras também para que Leandro Ferreira as ouvisse.

Mesmo que Dudu não consiga entender agora, não importa, mas ela, de qualquer forma, expressou o que estava em seu coração.

Mesmo se cortasse sua própria carne e a arrancasse mil vezes, isso não apagaria o fato de que ela deu à luz a Dudu.

Lágrimas cristalinas, como gotas de orvalho formadas no amanhecer, pendiam nas pontas dos cílios de Luciana Rocha, prestes a cair.

No momento em que aquela lágrima estava prestes a cair.

Uma mão quente e firme passou suavemente por metade do rosto dela.

Ele enxugou o canto de seus olhos.

Ele estava sentado em frente a Luciana Rocha, como poderia permitir que ela derramasse uma lágrima?

Aquela mão passou rapidamente pela tela do celular, captada por Leandro Ferreira. Num instante, sua cabeça era como um vulcão em erupção, com lava fervente despejando e borbulhando...