De Volta para o Amor Perdido? Que Bobagem! romance Capítulo 469

Luciana Rocha olhou para debaixo da mesa, surpresa com a situação. O que estava acontecendo ali?

No monitor do computador, Leandro Ferreira observava Luciana Rocha, vestida com um elegante tailleur feminino. Jamais a vira com trajes tão formais.

Ela havia prendido o cabelo, formando um coque que repousava delicadamente na nuca, preso por um simples grampo de ébano.

Alguns fios, tingidos de dourado pelo sol, caíam suavemente sobre suas bochechas de pele iluminada e macia.

Luciana olhava para baixo, concentrada em algo; no entanto, os olhos e os pensamentos de Leandro estavam completamente cativados pelo rosto dela.

Fazia apenas alguns meses desde o divórcio deles, mas toda vez que a via, Leandro sentia aquela sensação de reencontro com um amor eterno.

Seria porque, durante os dias no Templo da Boa Vontade, o tempo parecia arrastar-se, cada minuto parecendo um ano?

— Ja... — Leandro tentou falar, a voz presa na garganta como se estivesse sufocada por um papel amassado.

Logo, porém, recuperou o tom habitual de autocontrole e frieza: — Luciana Rocha... Não, devo chamá-la de Sr. Rocha agora. Se não fosse pelo Sandro me ligar, eu nem saberia que você já assumiu a presidência da QuânTech.

Sua voz carregava aquele tom natural de superioridade, com uma clara pitada de sarcasmo e ironia.

— O que você está fazendo aí dentro? — Luciana não respondeu em voz alta; apenas articulou as palavras, perguntando silenciosamente a André Silva.

Ela sequer ouvira o que Leandro lhe dizia.

O homem alto se encolhia sob a mesa, tornando o espaço ali ainda mais apertado.

Luciana lançou um olhar gelado para Leandro na tela, incomodada com a presença dele.

Por que Leandro Ferreira tinha que ligar por vídeo justo agora?

E, além disso, o que havia de errado com o computador da sala da presidência, que aceitara automaticamente o pedido de chamada de vídeo de Leandro?

Mesmo à distância, Leandro percebia claramente a indisposição de Luciana.

Ela nem queria vê-lo, tampouco se dar ao trabalho de responder.

Leandro sentiu o ar lhe faltar; estava acostumado a ser o centro das atenções, sempre rodeado de funcionários na empresa, e, em casa, costumava ser cuidado por Luciana com toda a dedicação.

Mas agora, a expressão dela para ele era como alguém olhando para o lixo descartado — olhar por mais um segundo já era incômodo.

— Quero conversar sobre a parceria entre o Grupo Ferreira e a QuânTech. — Leandro fez um esforço para adotar um tom sério e irresistível.

A ponta do sapato encostou nele, e André imediatamente cobriu a boca, as orelhas já vermelhas.

Luciana pensou que havia acertado o músculo firme da perna dele. Usando um sapato de bico quadrado, ela pressionou mais uma vez, tentando fazê-lo se comportar.

— Hm! — O homem soltou um gemido abafado.

Acima dele, vinham as vozes de Luciana e Leandro conversando.

A voz da mulher era fria, carregada de impaciência; mesmo através da tela, ela instintivamente queria manter distância do ex-marido.

Luciana recostou-se na cadeira, deslizando alguns centímetros para trás graças às rodinhas.

Ao baixar o olhar, viu André Silva cobrindo metade do rosto com as mãos, o rubor subindo das orelhas até a base do pescoço.

Foi então que Luciana percebeu: André estava agachado bem à sua frente sob a mesa, com os joelhos no chão, o rosto voltado para ela.

E a ponta do seu sapato repousava exatamente sobre a área saliente do abdômen dele.

Luciana prendeu a respiração, sentindo o calor tomar conta de si!