De Volta para o Amor Perdido? Que Bobagem! romance Capítulo 474

Leandro Ferreira estava profundamente incomodado com a interferência de Letícia Alves Ferreira em sua vida amorosa. O iminente divórcio com Luciana Rocha, pensava ele, tinha muito daquelas confusões criadas por Letícia Alves Ferreira.

— Eu me lembro que o tio sempre cuidou da família Andrade. A filha deles, se não me engano, não foi com uma carta de recomendação do tio para estudar fora? — comentou alguém, reavivando memórias antigas.

— Isso já faz muitos anos, é história antiga — rebateu Letícia Alves Ferreira. — Dizem que a senhorita Andrade se deu muito bem nos Estados Unidos. Já está de volta e trabalha na QuânTech, do Grupo Lopes.

Leandro Ferreira, que já se preparava para sair, parou imediatamente ao ouvir aquela informação.

— E qual é a posição da Srta. Andrade na QuânTech? — perguntou ele, atento.

Letícia Alves Ferreira percebeu o interesse de Leandro Ferreira pela filha da família Andrade e quase sorriu de satisfação.

— Ouvi dizer que ela é muito bem vista por Helena Lopes. Entrou na QuânTech para assumir um cargo importante, talvez até a chefia — respondeu, dando ênfase às palavras.

Mas não era Luciana Rocha quem ocupava o cargo mais alto?

Rapidamente, Leandro Ferreira deduziu que a posição de Luciana Rocha na QuânTech não era tão sólida quanto poderia parecer.

Graduada em Harvard, recém-chegada dos Estados Unidos, Maria Clara Andrade já havia sido destaque em revistas financeiras internacionais. Sem contar que ela tinha o apoio do tio de Leandro.

Para alguém como Luciana Rocha, sem grandes contatos e experiência, enfrentar Maria Clara Andrade não seria tarefa fácil.

A voz de Leandro soou fria:

— Na próxima semana, assim que sair do Templo da Boa Vontade, organize um encontro entre nós.

Letícia Alves Ferreira ficou radiante. Mal podia esperar para avisar a família Andrade e pedir que arranjassem um encontro entre Maria Clara Andrade e Leandro Ferreira.

— Pode deixar, assim que descermos, vou providenciar tudo imediatamente.

*

QuânTech:

Luciana Rocha encostou os pés no chão e a cadeira deslizou suavemente para trás.

Ela olhou para o homem ajoelhado debaixo de sua mesa e disse:

— Pode sair.

André Silva passou a mão pelos cabelos, tentando ajeitar a franja. Ainda sentia o leve toque que Luciana lhe dera momentos antes, e um sorriso involuntário surgiu em seus lábios.

— Me dá só um instante — murmurou ele.

O olhar de Luciana deslizou discretamente para a parte inferior dele.

Seus dedos, apoiados no braço da cadeira, se contraíram, arranhando de leve o couro macio.

Ela pigarreou, constrangida:

Ele a encarou, o olhar penetrante como um raio capaz de atravessar o peito dela.

— Sempre foi assim: meus sentimentos por você, Luciana, nunca puderam ser mostrados.

Agora, finalmente, ele podia demonstrar, e isso era ao mesmo tempo eletrizante e desconcertante.

O comentário de André deixou Luciana sem voz por alguns segundos, até que ela finalmente conseguiu responder, a garganta seca:

— Agora você pode me amar à luz do dia, sem medo.

Sua fala, como uma absolvição, iluminou o olhar sombrio de André.

Luciana lhe lançou um olhar brilhante e disse, piscando:

— Se não vai sair daí, vou voltar ao trabalho.

André Silva fez um gesto com o dedo, chamando-a para mais perto. Luciana deslizou a cadeira até ficar diante dele, atenta e curiosa.

Seus olhos claros fixaram-se nos de André Silva, esperando suas próximas palavras.

— Quero experimentar algo que você e seu ex-marido nunca fizeram — disse ele, baixinho.

Ainda ajoelhado sob a mesa, André Silva inclinou-se e depositou um beijo suave no joelho dela.