De Volta para o Amor Perdido? Que Bobagem! romance Capítulo 477

A porta do escritório da presidência foi golpeada com uma urgência incomum.

O homem que pressionava Helena Lopes na cadeira parecia ainda mais excitado com a situação, distribuindo beijos calorosos no rosto da mulher, como se se recusasse a deixá-la escapar.

Helena Lopes soltou um som de impaciência e empurrou o homem. Vendo o desagrado em seu rosto, ele rapidamente conteve seus impulsos.

Enquanto isso, todos os funcionários da empresa estavam sentados em frente aos computadores, assistindo à cena.

Não era que Helena Lopes estivesse sendo exposta em algum vídeo comprometedor, tampouco precisavam se questionar sobre a veracidade do que viam.

Eles estavam vendo tudo ao vivo!

O assistente, atencioso, abotoou a blusa de Helena Lopes e alisou cuidadosamente a barra da roupa dela.

Somente quando Helena Lopes já estava completamente recomposta é que o assistente se voltou para abrir a porta.

As portas duplas, acústicas, da presidência deslizaram para os lados. Ao ver o assistente, a secretária administrativa ficou ainda mais pálida.

Ela se deu conta de que era uma transmissão ao vivo, não uma montagem feita por hackers.

“O que aconteceu?” perguntou Helena Lopes, com um rosto sereno, as faces ruborizadas de maneira peculiar. Ela jamais se importou que a secretária soubesse de seus passatempos no escritório.

A expressão da secretária era difícil de decifrar, hesitante, como se não soubesse por onde começar.

“Diretora Lopes, o computador do seu escritório foi invadido por um hacker...”

A voz da secretária foi se esvaindo.

Helena Lopes franziu o cenho, voltando-se para o computador.

O assistente, tranquilo até então, pegou o celular. Ao ler as mensagens que chegavam, seu semblante mudou instantaneamente.

“Diretora Lopes! Estamos perdidos!”

Desesperado, olhou para Helena Lopes, sem saber como explicar a situação.

Percebendo que algo estava muito errado, Helena Lopes indagou à secretária: “O que aconteceu exatamente?”

A secretária, quase sem voz, respondeu: “A câmera do seu computador foi ativada. Tudo o que acabou de acontecer aqui dentro... todos na empresa viram...”

Apressada, temendo ser responsabilizada, a secretária tratou de se justificar: “Diretora Lopes, fique tranquila, o setor administrativo já está preparando um termo de confidencialidade. Vamos garantir que todos os funcionários assinem, revisar os celulares deles para confirmar que não há nada contra a senhora antes de liberá-los.”

Helena Lopes pegou seu celular, já tendo uma boa noção do que ocorrera. Seu rosto, porém, não demonstrava raiva alguma, como se nada neste mundo fosse capaz de abalar sua compostura.

“Descubram quem invadiu meu computador!”

O tom dela era frio, a expressão séria.

*

QuânTech:

Luciana Rocha estava sentada atrás da mesa, familiarizando-se com os processos e dados internos da empresa.

André Silva não havia saído; permanecia ao lado, ora cuidando de suas tarefas, ora apoiado no queixo, admirando Luciana Rocha.

Luciana não se importava com o fingimento dela, pois sua resposta não mudaria por causa da postura de Helena.

“O que Maria Clara Andrade me fez, farei igual com você. Pergunte a ela.”

O sorriso de Luciana era irônico. “Diretora Lopes, se quer brincar de política no escritório, que seja em grande escala. A QuânTech é um palco pequeno demais — disputar com a senhora é que torna tudo interessante.”

Sentada diante da tela, Helena Lopes apertou os dedos sobre a mesa, um a um.

O sentimento não era de raiva, mas de empolgação; a ousadia de Luciana havia acendido seu espírito competitivo. Percebendo isso, Helena também sorriu.

“Luciana Rocha, você pensou bem nas consequências de me enfrentar? Elas são sérias!”

Luciana respondeu: “Diretora Lopes, por enquanto cuide da bagunça que criou.”

Ela encerrou a chamada.

A voz clara de André Silva soou: “Quer um café?”

Luciana olhou para ele: “Prefiro um chá.”

O homem sorriu, malicioso: “Quer um de mim?”

Luciana riu. “Quero sim, mas um preparado por você.”

“O quê, quer me preparar?” Era óbvio que ele provocava de propósito.

“E então, vai preparar para mim ou não?” Luciana respondeu à altura, alongando o final das palavras.