Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 208

O silêncio era sufocante.

Eu ponderava se deveria encontrar um tópico para encerrar a ligação, quando a voz da Rosalina soou, trêmula e baixa: "O estado do Dante é toda culpa daquela mulher, e só por isso eu já não posso aceitá-la."

Rosalina falava entre dentes, com veemência.

Era a primeira vez que eu testemunhava tal comportamento dela.

Por um momento, senti um arrepio percorrer minha espinha, e fiquei sem palavras.

"Clarice" - chamou Rosalina: "visite Dante mais vezes se possível, só você pode trazer algum consolo ao coração dele."

Essas palavras me pressionaram, mas ainda assim eu concordei.

Depois que a ligação terminou, me apoiei, exausta, no banco do carro, sentindo-me como se estivesse presa sob algum peso, incapaz de me mover ou respirar direito.

Chegando em casa, me encolhi no sofá, mergulhando silenciosamente nos pensamentos.

Tudo parecia apontar para Sérgio, mas ele tinha conexões e negócios com Dante, e o fato do local de recuperação de Sérgio ser tão secreto só aumentava as suspeitas.

Por que manter segredo se não havia nada de errado?

Quanto mais pensava, menos conseguia entender, e mais me forçava a pensar, até que a dor de cabeça se tornasse insuportável.

Peguei uma almofada e envolvi minha cabeça nela, tentando abafar meus próprios pensamentos.

Era minha maneira preferida de me castigar quando as preocupações me sobrecarregavam, e eu estava quase sufocando quando ouvi alguém bater na porta.

No começo, pensei que fosse uma alucinação, até que ouvi meu nome sendo chamado.

Então, retirei a almofada e me levantei, caminhando em direção à porta.

Mesmo sendo plena luz do dia, eu estava alerta e perguntei cautelosamente: "Quem é?"

"Sou eu, Alonzo!"

Fiquei surpresa com a resposta.

Alonzo, por que ele voltou?

"Quase lá" - ele respondeu, cortando os legumes com habilidade que revelava sua experiência, mesmo sem olhar.

"Me avise quando terminar" - eu lembrei.

Alonzo concordou com um "Hmm."

Bebi um gole de água, deixando meu olhar percorrer Alonzo de baixo a cima, admirando sua forma.

Era impossível não notar seu porte físico atraente.

Para evitar pensamentos impróprios, foquei em uma pinta atrás de seu pescoço: "Alonzo, nós não falamos por telefone hoje, certo?"

"Não."

Eu mordi o lábio: "Então como sabia que eu estou em casa?"

Essa pergunta me ocorreu só agora.

Eu não havia mencionado minha localização para ele, e certamente não para Larissa, mas ele chegou, batendo à porta e trazendo verduras, claramente sabendo que eu estava em casa.