Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 351

"Eu sou um dos responsáveis de demolição da Chácara das Palmeiras. Anteriormente publicamos um aviso de demolição no bairro e agora precisamos que você venha e ajude a concluir os procedimentos. Você poderia vir assim que estiver livre, por favor?"

Essas palavras fizeram meu humor, que já não estava dos melhores, piorar instantaneamente.

Eu já sabia que havia procedimentos de demolição pendentes, mas sempre resisti a enfrentá-los.

Para mim, parecia que eles não poderiam demolir se eu não fosse assinar os documentos, e assim minha casa continuaria de pé.

Mas eu sabia que não poderia adiar assim para sempre.

A demolição já era uma certeza e a maioria dos moradores não ficava insatisfeita com isso.

Afinal, eles podiam obter subsídios por demolição e, ao mesmo tempo, morar nos apartamentos novos.

Eu não podia mudar nada sozinha.

"Está bem, estou indo agora. Peço desculpa pelo adiamento."

Depois de desligar o telefone, respirei fundo e dirigi até o endereço do escritório dos responsáveis de demolição.

Assinei os documentos correspondentes conforme solicitado, mas o nome no título de propriedade era dos meus pais, agora precisava fornecer certidões de óbito e de cremação dos meus pais para assinar e herdar a propriedade.

Entendia que este era o procedimento oficial, mas para mim era uma crueldade dolorosa.

Meus pais se foram há mais de dez anos, mas nunca realizei o processo de cancelamento dos seus registros.

Em meu coração, enquanto nossos nomes estivessem juntos, eles nunca teriam me deixado.

Mas agora precisava processar o cancelamento de seus registros, apagando seus últimos vestígios deste mundo.

Isso era cruelmente doloroso para mim.

Mas eu tinha que encarar isso.

Quando cheguei ao departamento de registro civil, o funcionário disse que eu precisava de um relatório de morte do centro de avaliação de acidentes para processar a morte e o cancelamento dos registros.

Embora não estivesse presente na cena do acidente naquele ano, tendo visto os detalhes do acidente de carro, senti como se tivesse vivido aquilo.

Mesmo olhando as palavras impressas em preto no papel, as cenas do acidente de carro dos meus pais passaram diante dos meus olhos, fazendo meu corpo tremer e minha respiração parecer falhar.

Essa sensação de asfixia, de não conseguir respirar, era como estar preso em uma cela.

Não consegui ficar ali, virei-me para sair.

Mas a pessoa atrás de mim me chamou: "Espere um momento."

Tive que parar abruptamente e me virar para olhar para ele, incapaz de abrir a boca para perguntar o que queria, apenas o olhei.

"Você está bem?" - Ele fixou o olhar em meu rosto.

Presumi que minha expressão devesse estar terrivelmente abalada, pois ele não teria feito tal pergunta de outra forma.

Balancei levemente a cabeça, tentando regular minha respiração enquanto ele se levantava e se aproximava de mim: "Deixe um contato, por favor."