Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 524

Devia ir atrás?

Queria ir, queria esclarecer as coisas.

Mas quando vi aquela lancheira jogada no lixo, perdi a coragem.

Ele não jogou fora apenas a lancheira, mas o carinho que eu tinha por ele.

Então, ir atrás dele, procurando por explicações, só me faria sentir mais envergonhada.

Coloquei a lancheira recuperada de lado e voltei para minha cama no hospital, mas não conseguia mais pegar os talheres para continuar comendo a comida à minha frente.

A pessoa que havia recolhido a lancheira pareceu perceber o que estava acontecendo e a colocou cuidadosamente na minha frente.

"Pegue-a de volta" - eu disse.

"Não, não precisa..." - a pessoa retirou a mão.

"Você a pegou, então ela deve ser sua agora. E pode comer sem se preocupar, não vai ter problema" - eu disse e peguei os talheres de novo, comendo com raiva a comida que estava na minha frente.

Lúcio deu uma piscadela para a pessoa do outro lado, pedindo para pegar sua lancheira de volta, e também segurou minha mão, que tentava pegar mais salada: "Não desconte na comida".

Ele fez uma pausa e depois disse: "Talvez o Alonzo tenha saído porque me viu aqui."

Fiquei surpresa por um momento, lembrando que Lúcio tinha limpado o canto da minha boca mais cedo, e me senti amargurada.

Ah, como se estivesse tentando limpar aquela sensação e não conseguisse.

Perdida em meus pensamentos, Lúcio já tinha recolhido a comida da minha frente, e sem dizer nada, levou-a embora.

Ele não disse para onde estava indo, nem sabia, até que a Rosalina me ligou perguntando: "Clarice, não houve nenhum problema quando o Lúcio te levou a comida, não é?"

Fiquei surpresa: "Senhora, o que aconteceu?".

"Eu vi que ele estava com um hematoma no canto da boca, deve ter brigado com alguém, por isso perguntei" - as palavras de Rosalina fizeram meu coração dar um salto.

Então me ocorreu que Lúcio tinha ido atrás de Alonzo para brigar por minha causa?

"Não" - pensei na atitude de Alonzo e respondi de forma teimosa: "Já que terminamos, pra que fazer as pazes?"

"Você não pode falar assim, que casal não briga? Minha noiva e eu brigamos o tempo todo, falamos mais em terminar do que em 'eu te amo'" - Matheus fez uma autoironia.

Olhando para ele com aquela expressão debochada, eu disse: "A ideia de terminar veio da sua noiva, certo?"

Matheus ficou surpreso, depois riu: "Como você sabia?".

"Está escrito em seu rosto." - eu disse.

Assim que o elevador chegou, eu entrei.

Matheus me seguiu até lá dentro, depois se olhou no espelho do elevador e disse: "Onde está escrito? Clarice, você está insinuando que estou com cara de quem levou um chute na bunda?".

Ele realmente deveria ser um comediante, estar perto dele realmente faz eu esquecer minhas preocupações.

Mas antes que eu pudesse responder, outra pessoa entrou no elevador, era o Alonzo.