Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 538

Duas horas depois recebi a notícia de que Lúcio sofreu um acidente de carro.

Foi o Henrique quem me informou.

"Clarice, Lúcio sofreu um acidente de carro, ele está sendo socorrido agora, você pode vir?" - A voz de Henrique estava carregada de ansiedade.

Minhas mãos tremiam, e ao lembrar da nossa última discussão, meu celular caiu com um estrondo no chão.

Do outro lado da linha, Henrique ouviu o barulho: "Clarice, o que aconteceu? Você está bem?"

Isadora, que estava cozinhando na cozinha, veio correndo, preocupada.

A voz de Henrique ecoou novamente do telefone: "Clarice, não me entenda mal, não é para você doar sangue para Lúcio, é só que... queríamos que você viesse vê-lo, porque..."

Henrique fez uma pausa: "porque quando o levaram para a ambulância, ele estava chamando seu nome."

Isadora, olhando para o celular e depois para mim, pegou o celular do chão e respondeu por mim: "Lúcio e Clarice não têm mais nada a ver um com o outro, não há necessidade de contar essas coisas a ela."

Henrique ficou em silêncio do outro lado da linha, Isadora desligou e se sentou ao meu lado, colocando o braço em volta do meu ombro para me consolar: "Essa família Pereira quer forçar a situação? Te deixaram assim e ainda usam isso para tentar te pressionar."

"Fui eu." - Murmurei baixinho: "Foram as minhas palavras..."

Isadora não sabia da nossa discussão, nem das palavras duras que eu havia dito.

Ela estava confusa, mas preocupada com meu estado emocional, então não perguntou mais, apenas me consolou: "Não pense demais, e não se culpe por tudo."

Eu não fui ao hospital, mas meu coração permaneceu apreensivo.

Eu odiava as pessoas da família Pereira, odiava Lúcio, mas ainda assim não conseguia ser indiferente à sua vida ou morte, temia até que ele morresse.

Se fosse o caso, eu nem mesmo teria o direito de odiá-lo.

Desde que a causa da morte dos meus pais foi confirmada pela família Pereira, eu me sentia perdida, confusa, sem saber o que fazer.

"Clarice, talvez eu não mantenha o espírito de irmandade dessa vez. Eu realmente não consigo, não tenho forças para subir." - Isadora, minha amiga inabalável, me abandonou pela primeira vez.

Depois de falar, ela se voltou para a igreja no topo da montanha, juntou as mãos em prece e se inclinou: "Não peço riqueza, só peço que as doenças e dores do mundo diminuam e que todos os bebês nasçam saudáveis e em paz."

Suas palavras de oração me surpreenderam, e eu a olhei atônita.

Depois de fazer seus pedidos, Isadora abriu os olhos e encontrou os meus: "Por que você está me olhando assim?"

Eu a observei baixar as mãos: "Já terminou? É só isso?"

"Sim, só isso. O que mais você queria que eu pedisse?" - Isadora sorriu.

Eu respirei fundo: "Pensei que você fosse pedir algo para você ou para você e Flávio."

Isadora riu, uma risada que brilhava tão vivamente como se tivesse efeitos especiais: "Estou bastante satisfeita no momento e não desejo nada mais. Quanto a mim e o Flávio, estamos deixando as coisas acontecerem naturalmente."