Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 635

Seu rosto estava levemente avermelhado, era evidente que eu havia acertado em cheio.

Ela ainda assim não queria deixar todo esse dinheiro ser levado por mim.

Na verdade, ela foi realmente boa para mim ao longo desses anos, tão boa que eu poderia perdoá-los por terem causado a morte de meus pais.

Mas foi só agora que percebi que toda a bondade dela era condicionada à não perda de seus interesses.

Ela costumava me tratar com tanto carinho, dizendo que deveria ser sua filha, se eu não pudesse ser sua nora.

Eu acreditei que ela realmente me amava, mas agora entendia que o amor dela não era por mim, e sim pela minha herança.

"Senhora, isso me pertence, foi o que vocês tiraram dos meus pais" - disse eu, depois de ter percebido a feiura da natureza humana e não mais querendo me comportar.

"Clarice, eu, eu não quis dizer isso..."

Esse tipo de explicação era realmente fraco.

Eu nem escutei e certamente não acreditei, apenas me virei para ir embora.

Mas, assim que estava prestes a sair, Lúcio se adiantou e me segurou.

Olhei friamente para ele: "Você também não quer se desfazer desses milhões em ativos? Lúcio, o que estou levando é apenas uma fração do que pertence à família Pereira, e foi exatamente com essa pequena parte que o Grupo de Onda foi construído."

"Você acha que eu me importo com isso?" - Lúcio falou com raiva.

Ele segurou minha mão com força, olhando para Henrique: "Veja bem, Clarice é minha mulher, mesmo que agora estejamos separados, ela ainda é minha ex. Você pode procurar quem você quiser, menos ela."

Diante da raiva de Lúcio, Henrique se manteve sereno: "Lúcio, você não tem voz nessa decisão."

A calma de Henrique apenas fez Lúcio se enfurecer ainda mais: "Henrique, se você ainda se importa com a nossa relação de irmãos, então fique longe da Clarice."

Ele errou nessa.

Eu tinha superado, mas eles foram longe demais, mataram meus pais, me deixaram órfã e ainda tiraram de mim o homem que eu mais amava.

"Se fosse com você, conseguiria superar?" - eu perguntei com sarcasmo.

Lúcio mostrou-se impotente: "Meus pais não queriam de verdade fazer mal aos seus pais. Quem realmente causou a morte deles foi o motorista."

Ao dizer isso, ele não só absolveu seus pais de qualquer culpa mas também me lembrou que Alonzo e eu éramos verdadeiramente inimigos.

Era assim que a maldade dos pais se passa para os filhos.

"Lúcio" - eu olhei para ele: "eu quero saber por que Alonzo não te salvou naquele dia, no tanque dos crocodilos, por mais que eu implorasse?"