Deixe O Canalha, Abraçando Meu Novo Marido romance Capítulo 806

Lúcio segurava o celular com a mão que lentamente caía, demonstrando uma fraqueza como se lhe tivessem extraído a essência, sua boca tremia ao dizer, "Minha mãe disse... que meu pai... faleceu."

Henrique parecia já ter adivinhado, não mostrando surpresa alguma.

Os dois permaneceram em silêncio, até que Henrique disse, "Vamos."

Quando Lúcio me ligou, eu estava num sono confuso, com sonhos turbulentos dos quais não conseguia acordar.

A ligação serviu para me arrancar daquele caos onírico, mas por estar tão exausta pelo sonho, minha voz saiu fraca, "Alô?"

"Clarice," a voz de Lúcio tremia baixo, e então ele se engasgou.

"O que aconteceu?" Eu ainda estava com os olhos semiabertos, completamente grogue.

"Meu pai... ele se foi."

A voz de Lúcio era muito baixa, mas soou tão clara em meus ouvidos.

De repente, fiquei completamente acordada, como se o tempo tivesse parado por um instante.

Foi Dante quem causou a morte dos meus pais, e eu deveria odiá-lo, mas ao longo dos anos ele me tratou como se eu fosse sua própria filha, o que me impedia de sentir qualquer rancor.

Esse tormento é insuportável, e embora Rosalina tenha me pedido para visitar a família Pereira, eu não fui.

Agora que Dante se foi, eu nunca mais o verei.

Fiquei sem palavras, e do outro lado da linha ouvi soluços baixos, e entre eles, a voz de Lúcio: "Eu não tenho mais pai."

Apenas quem passou por isso sabe o que é perder alguém para sempre.

Eu entendo, embora fosse muito jovem quando meus pais morreram, o choque e o pânico daquela perda permaneceram gravados em mim.

Não há consolo para essa dor, e eu não tinha como oferecer consolo.

Ter uma amiga ginecologista é realmente uma bênção dos céus.

Assenti, e Isadora, percebendo meu baixo ânimo, disse, "Sabe de uma coisa? Vou trocar meu plantão com alguém."

Desde aquele incidente médico após uma troca de plantão, ela nunca mais tinha feito isso, mas hoje ela fez uma exceção por mim.

"Não precisa, vá cuidar dos seus compromissos," eu não queria causar-lhe problemas.

"Eu também já aproveitei bastante da hospitalidade da família Pereira, e o Sr. Dante sempre foi muito bom comigo. Ir ao funeral é o mínimo que posso fazer," Isadora assentiu, indicando que mudaria seu plantão não apenas para me acompanhar, mas também para se despedir.

Sua presença ao meu lado me trazia mais tranquilidade, sabendo que qualquer problema poderia ser prontamente resolvido.

"Aliás, saiu o resultado da investigação sobre aquele erro médico?" perguntei a Isadora.

Afinal, o familiar que a sequestrou já estava preso.