No dia seguinte.
Késia acordou muito cedo, desejando ir pessoalmente acordar seus dois queridos filhos, beijá-los, tomar café da manhã com eles e, depois, vê-los sair para a escola.
Como todas as mães faziam.
Durante os cinco anos em que permaneceu deitada na cama, sem conseguir se mover, sustentou-se apenas por esse tipo de fantasia.
Infelizmente, naquele momento, suas pernas ainda não estavam firmes, e ela só podia contar com a ajuda de Arnaldo.
Késia aguardou pacientemente até que Arnaldo saísse do banheiro. Ele tinha o hábito de tomar banho pela manhã.
“Arnaldo, escolha para mim uma roupa no guarda-roupa que o Ricardo e a Vânia vão gostar.” O sorriso de Késia era doce e cheio de expectativa. “Depois que eu me trocar, você pode me levar para acordar eles?”
Ela já tinha estado ausente da vida dos filhos por longos cinco anos e precisava se reintegrar aos poucos.
Queria que Ricardo e Vânia soubessem o quanto os amava e que, daqui em diante, não se separaria mais deles.
Arnaldo hesitou por um instante e se aproximou.
Késia sentiu o cheiro do sabonete líquido no corpo dele. Era doce, com uma fragrância frutada, claramente um aroma que agradaria às mulheres.
Os olhos de Késia se tornaram frios por um momento.
Ela se lembrava de que, antes, Arnaldo só usava sabonete líquido de sândalo de uma determinada marca. Uma vez, quando esse acabou, ela escolheu outro aroma para ele.
Na época, Arnaldo não disse nada, mas no dia seguinte, ela encontrou o frasco novo e lacrado no lixo do banheiro...
Agora, por causa de Geovana, ele estava até disposto a mudar seus hábitos?
“Késia.” A voz de Arnaldo, tão gentil como sempre, a arrancou de suas lembranças. Ele acariciou o rosto dela, demonstrando um certo constrangimento e disse: “Na verdade, as crianças… especialmente a Vânia, que sempre foi tímida. Ontem à noite, ela me confidenciou que está com medo de você nesse estado.”
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