O que ela chamava de podar o jardim era, na verdade, apenas arrancar algumas ervas daninhas.
Afinal, todos aqueles canteiros de tulipas tinham sido plantados pessoalmente por Késia para ele; não havia como ela se desfazer de algo assim.
Arnaldo achava aquilo tudo ridículo só de lembrar: apenas porque ele comentou casualmente que gostava de tulipas, Késia fez questão de plantar aquele jardim inteiro, cuidou de cada flor com dedicação e deixou as próprias mãos marcadas de tantos ferimentos.
E bastava ele sorrir para ela, e Késia sentia que tudo tinha valido a pena.
Todas as emoções dela giravam em torno dele. Na verdade, no início, Arnaldo não deixou de se sentir tocado por isso.
Como esposa, Késia era irrepreensível.
Ela conseguia ajudá-lo a se firmar na empresa e, em casa, dedicava-se completamente ao seu bem-estar.
O problema era que Késia, tão previsível a seus olhos, acabava se tornando entediante.
“As questões da casa, você pode decidir como quiser.” Arnaldo respondeu, com um olhar distante. “Vou cuidar dos meus afazeres agora.”
Geovana se aproximou de Arnaldo com passos firmes de salto alto, e falou propositalmente: “Sr. Castilho, já podemos começar a reunião.”
Késia, do outro lado da linha, ouviu o tom afetado de Geovana e não pôde deixar de rir friamente por dentro.
Naquele horário, Arnaldo provavelmente acabara de chegar à empresa, e os dois já não conseguiam disfarçar a ansiedade...
Ela respondeu de maneira ‘atenciosa’: “Está bem, então vá para a reunião. Não vou atrapalhar.”
Arnaldo respondeu com um “hum” e já se preparava para desligar, mas o sinal de ocupado soou antes que ele pudesse finalizar a ligação.
Ele ficou surpreso por um momento, olhando para o telefone, franzindo a testa.
Késia realmente desligou primeiro?
Antes, todas as vezes, ela sempre esperava que ele desligasse...
“O que houve, Sr. Castilho?” A voz de Geovana trouxe Arnaldo de volta à realidade.
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