Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 141

Só de ouvir Ricardo chamar “mamãe” com aquele prefixo, Késia quase se emocionou até às lágrimas.

Mas… vovô Feiyi?

Que nome estranho era aquele?

Késia não pôde deixar de olhar para o idoso mais uma vez; o rosto dele era afável, e o olhar especialmente vivaz, muito mais do que muitos jovens.

Parecia não ser uma má pessoa.

Porém…

Késia olhou para a mão do idoso, cerrada em punho sobre a mesa; ele desviava o olhar, um tanto constrangido, assobiando para disfarçar.

Ricardo, ao olhar para o tabuleiro, logo percebeu o que havia acontecido e mostrou-se resignado: “Vovô Feiyi, você de novo roubou uma peça?”

Era evidente que não era a primeira vez que o senhor fazia isso.

“Como pode chamar isso de roubo?” O ancião, ao ser descoberto, tentou justificar-se, com falsa autoridade, enquanto enfiava a peça escondida no bolso. “Ora, já tenho quase oitenta anos, minha vista está fraca, acabei me confundindo numa jogada, você, tão jovem, não pode me dar uma vantagem?”

Ricardo, sem ter como discutir, bateu de leve na testa, resignado.

Há pouco faltava apenas um movimento para vencer, mas agora, com a peça essencial roubada pelo avô, a situação complicou-se.

Ricardo apoiou o queixo na mão, pensativo; de repente, uma mão estendeu-se ao lado.

Késia pegou uma das pedras brancas de Ricardo, colocou-a no tabuleiro e, com uma única jogada, virou o jogo: as pedras brancas cercaram as pretas, encurralando-as.

Os olhos de Ricardo brilharam.

“Que incrível!”

Késia sorriu levemente.

Na verdade, ela não gostava de jogar, mas seu avô André era apaixonado pelo jogo e tinha nível nacional. Sem adversários à altura, insistia para que ela praticasse com ele, tornando-se sua oponente…

“Mamãe, você é demais!” Ricardo, empolgado, abraçou-a com força.

Uma onda de alegria inundou o coração de Késia; ela quase não acreditou no que ouvira.

“Ricardo, como você me chamou?”

Ricardo soltou-a imediatamente, um pouco sem jeito: “Eu... eu não disse nada, você ouviu errado.”

Késia sorriu contida, acariciando a cabeça dele: “Está bem, então foi erro da mamãe.”

Ela não tinha pressa em forçar as crianças a chamá-la de mãe, mas só de ver que, pouco a pouco, estavam aceitando-a, já se sentia plenamente satisfeita.

O velho senhor, por sua vez, ficou descontente, emburrando-se e resmungando.

“Não, não, essa partida não vale! Você trouxe reforço, assim não tem graça!”

Késia manteve o sorriso nos lábios, mas sua voz saiu firme:

Vânia, com os olhos brilhando de traquinagem, de repente cobriu a boca, contendo uma risada, e correu para trás de Arnaldo, empurrando a perna dele.

Sem esperar, Arnaldo tombou para frente, e Geovana, que falava com ele, acabou encostando um beijo no rosto dele. Arnaldo, um pouco constrangido, segurou nos ombros de Geovana e afastou-se.

Ele franziu o cenho e tentou segurar Vânia, que logo se escondeu atrás de Geovana. Geovana, por sua vez, protegeu Vânia com uma mão e conteve Arnaldo com a outra.

A cena era típica de uma família feliz: um pai severo, uma mãe carinhosa e a filha travessa.

Késia, sem expressão, desviou o olhar e preparou-se para sair.

De repente, um feixe de luz incidiu diretamente sobre ela, tornando-a o centro das atenções!

Késia, desconfortável, ergueu o braço para proteger os olhos.

No palco, não se sabia quando, apareceu um apresentador com microfone: “Agora está aberta a competição mais emocionante da noite, a disputa das Rosas! Todas as mulheres adultas do salão do primeiro andar estão automaticamente inscritas. E você, senhora, não importa quem a trouxe ou se foi chamada por serviço, não pode sair no meio do concurso!”

A insinuação maliciosa do “chamada por serviço” provocou risadas e comentários dúbios por todo o salão.

O que pensavam dela?!

Uma onda avassaladora de humilhação tomou conta de Késia, que cerrou os punhos, lançando um olhar sombrio para Arnaldo.

Afinal, eram marido e mulher perante a lei; sendo assim humilhada e mal interpretada, caberia ao marido posicionar-se em sua defesa!

No entanto, no segundo seguinte, Arnaldo desviou o olhar, visivelmente constrangido…