Depois da Tempestade, Chegou Meu Sol romance Capítulo 22

O homem de aparência desagradável virou a cabeça e então avistou a silhueta de Demétrio, que surgiu atrás dele como uma aparição sombria.

A pressão que emanava de Demétrio o fez estremecer.

Demétrio segurava um cigarro entre os dedos, a fumaça branca pairava no ar, obscurecendo-lhe a expressão, mas aqueles olhos negros irradiavam uma ferocidade assustadora.

“Você não entendeu o que eu disse?”

O homem, tomado pelo medo, engoliu em seco e, instintivamente, tentou fugir. Porém, assim que levantou o pé, dois seguranças vestidos de preto, que estavam atrás dele, chutaram com força ambos os joelhos dele.

“Pum.”

O homem despencou de joelhos no chão, sentindo os ossos se partirem. Quando tentou gritar de dor, teve a boca tapada imediatamente.

Demétrio se aproximou lentamente, olhando de cima para baixo com um olhar frio e indiferente, como se contemplasse algo já sem vida.

“Arranquem todos os dentes dele.”

Depois de dar a ordem, Demétrio se virou e caminhou até a varanda.

Daquele ponto, conseguia ver um canto da entrada principal.

Em silêncio, observou a silhueta delicada e frágil da mulher, que, segurando uma bengala para deficientes visuais, entrou em uma van executiva.

“Késia…” Demétrio murmurou o nome, e o gelo em seu olhar pareceu derreter. Ele fixou o olhar no carro que se afastava e, após alguns instantes, falou baixinho: “Há quanto tempo.”

A voz era tão suave que o vento noturno da varanda a desfez no ar.

…

Quando Késia retornou à mansão, Arnaldo ainda não havia chegado.

O jardim já estava repleto de rosas amarelas recém-plantadas, balançando graciosamente sob o luar.

Ela avistou Carla parada na porta; assim que Késia apareceu, Carla rapidamente levantou o celular e tirou algumas fotos escondidas, antes de se aproximar com naturalidade.

“Senhora, a senhora voltou.”

Késia apenas assentiu de forma displicente e ordenou que Carla preparasse o banho.

Ao pousar o olhar sobre Ricardo e Vânia, Késia demonstrou um brilho de ternura no olhar.

Ela pegou novamente a bengala e desceu até a sala. Quando chegou ao hall, Arnaldo já entrava com passos largos.

Késia manteve o tom gentil de sempre: “Arnaldo, vocês voltaram.”

Arnaldo, com o rosto fechado, iniciou o questionamento: “Por que motivo você arrancou todas as tulipas do jardim? Nem sequer me consultou.”

Késia sorriu friamente em pensamento.

Ele estava tão irritado apenas porque ela havia tirado as flores favoritas da sua musa, Sra. Correia.

Késia piscou os olhos com ar inocente e devolveu a responsabilidade: “Eu te liguei hoje de manhã para falar que queria reformar o jardim. Você não disse que, sobre as coisas da casa, eu podia decidir?”

“...” Arnaldo ficou sem palavras.

De fato, ele dissera aquilo ao telefone, mas jamais imaginou que Késia arrancaria todas as tulipas para plantar rosas amarelas!