Daniel encarou-a descrente. Não acreditou no que disse.
Ele mesmo sentiu que havia exagerado mais cedo. Ninguém teria sido capaz de lidar com a situação com tanta calma quanto Roxanne, que, no entanto, realmente pareceu não ter se ofendido.
Diante de sua perplexidade, a médica sorriu e explicou: “Exerço a profissão há alguns anos e já encontrei inúmeras pessoas que duvidaram de mim, algumas delas foram, inclusive, terríveis comigo. Por isso não fiquei incomodada quando questionou minha competência, o que me irritou foi a sua impaciência com as crianças. Mas já que se desculpou, não vamos remoer o assunto. Acredito que médicos praticantes da medicina tradicional são virtuosos e também acredito que os Damaris escolheriam os melhores candidatos para esta missão.”
Os presentes a olharam de modo mais amigável diante de sua resposta.
As palavras dela eram o que tinham em mente. Também acreditavam que praticantes da medicina tradicional fossem honestos e virtuosos.
Até mesmo médicos estavam sujeitos a cometer erros, mas, desde que tratassem os pacientes com decência, mereciam o título que ostentavam.
Por essa razão ninguém questionou a relevância de Daniel apesar de tantos anos de arrogância.
O médico acenou com a cabeça em resposta. “Estou tão acostumado a ser colocado em um pedestal que fui incapaz de ver o cenário a minha volta. Lamento, Dra. Jarvis. Peço desculpas pelo meu comportamento. Espero que possamos no entender e nos conhecer melhor.”
Roxanne sorriu e respondeu: “Claro.”
“Mas, por favor, tente não assustar mais as crianças. Elas não vão aguentar”, brincou.
Daniel corou envergonhado e assentiu. “Me precipitei mais cedo. Agradeço por ter me impedido, caso contrário não saberia como lidar com o menino.”
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