Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 131

Diogo se foi.

Na hora de seu último suspiro, ele ainda segurava com força as mãos dos dois filhos. Não sofreu muito. Nem mesmo ouviu o som fúnebre ou os soluços dos filhos e netos...

Ao seu redor, o que escutava era a música cerimonial. À sua frente, um tapete vermelho se estendia por dez milhas. Sua velhinha ainda parecia jovem, parada no fim do caminho, esperando por ele.

“Vitor, Tomás, o pai está indo. Não fiquem tristes por mim, viver como eu vivi nesta vida já foi uma grande sorte. Se eu pudesse, teria reservado mais tempo para organizar melhor as coisas para vocês, para que pudessem viver com mais tranquilidade. Mas o tempo acabou. O destino chegou ao fim, é hora de descer do trem. A vida no mundo é bela, mas do outro lado... Está a mãe de vocês. Bruno, Helena, o vovô não sabe o destino de vocês, mas espero que ambos estejam bem. Fama, riqueza e poder passam como nuvens ao vento, a paz interior é a coisa mais valiosa deste mundo. Eduardo, você sempre foi o neto de quem o vovô mais se orgulhou, só que o vovô não pôde esperar o seu retorno. Sempre existem arrependimentos na vida, mas além do arrependimento, tem saudade. No próximo Dia de Finados, acenda um incenso e diga ao vovô que você voltou...”

Diogo faleceu naquela noite, às 22h20.

A Mansão dos Lima foi tomada pela dor. Enfeites em preto foram pendurados por toda a casa, e uma faixa de luto foi colocada na porta do quarto de Diogo, escrito: [Ao piedoso pai Diogo Lima, eterno descanso.]

Tomás, liderando homens e mulheres da família, se ajoelhou e prestou três reverências diante do corpo de Diogo.

Apesar da dor, havia deveres a cumprir. Tomás e Bruno ficaram para receber os convidados, enquanto Vitor partiu de madrugada para a Cidade T, onde Eduardo cumpria pena.

Eduardo era o neto mais velho legítimo de Diogo, e era preciso lhe contar pessoalmente sobre a morte do avô.

...

Cidade T.

Eram 4h30 da manhã, o céu apenas começava a clarear.

Eduardo dormia profundamente quando foi acordado pelo som de passos. Do lado de fora, um guarda anunciou:

— Número 72, sua família veio. Disseram que é um assunto muito importante.

Meio confuso, Eduardo passou a mão pelo cabelo raspado. Ele logo se vestiu e seguiu o guarda até a sala de visitas individuais, que era uma sala escura e estreita, separada por uma grade de ferro. As conversas ali aconteciam através da grade.

Vitor, vestido com roupas fúnebres, se sentava sob a luz fraca, com o rosto sério e calado.

Eduardo se sentou do outro lado e, ao ver a vestimenta do pai, sentiu um aperto no peito. Ele perguntou:

— Pai, o que aconteceu em casa? O que o senhor faz aqui no meio da madrugada?

Vitor o encarou com olhar firme e respondeu, com voz contida:

— Seu avô se foi. Tinha muitas coisas para resolver na família, mas eu pensei que, de qualquer forma, você precisava saber. Eduardo, seu avô pensou em você até o fim. A notícia está dada, agora preciso voltar para a Cidade D. Antes das 10h da manhã, tenho que acompanhar meu pai pela última vez.

Havia um nó na garganta de Vitor. Fazia muito tempo que não via o filho, mas aquele momento não permitia longas conversas, nem havia clima para isso.

Vitor logo foi embora. Usava roupa preta, uma braçadeira preta e branca. Ele saiu apressado, tão rápido quanto chegou.

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