A noite já estava evidente quando Helena dirigiu de volta para casa.
Assim que estacionou o carro e soltou o cinto de segurança para sair, seu olhar congelou por um instante.
O carro de Bruno estava parado sob uma árvore do outro lado da rua. Ele vestia preto da cabeça aos pés e se apoiava contra a lataria, a cabeça levemente inclinada para trás enquanto fumava. O pomo-de-Adão, bem marcado, se movia de forma absurdamente sedutora.
A fumaça azulada subia, envolvendo seu rosto esculpido antes de ser suavemente dissipada pelo vento noturno.
A escuridão era densa, e ele parecia fazer parte dela.
Ao vê-la, Bruno a encarou com um olhar profundo. Depois de alguns segundos, jogou o cigarro no chão, apagando ele com o sapato, e começou a caminhar em sua direção.
Helena não queria vê-lo. Assim que saiu do carro, se apressou em direção ao elevador, ouvindo os passos dele atrás de si, calmos, sem pressa.
No final, ele a encurralou na porta do apartamento.
— Helena, podemos conversar?
— Conversar sobre o quê? — Ela pegou as chaves na bolsa, a voz fria e distante. — O que ainda há para ser dito entre nós?
Aquelas noites úmidas, os sussurros tentadores daquele homem... Tudo não passou de um sonho.
Ainda bem que ela nunca acreditou de verdade.
Ela destrancou a porta, mas, antes que pudesse fechá-la, Bruno impediu com o pé.
O mundo girou por um instante, e Helena se viu prensada contra a parede. Ele apoiou as mãos ao lado de seus ombros, prendendo ela com o próprio corpo. Seus olhos a encaravam com uma intensidade rara.
Sem demora, se inclinou, tentando beijá-la, como fazia antes.
Helena virou o rosto bruscamente, recusando o contato.
Bruno a observou em silêncio, sua voz rouca ao perguntar:
— O que foi?
Sob a luz, o rosto de Helena parecia ainda mais lindo. Desde que saiu do Grupo Glory, ela parecia ter se tornado uma mulher mais suave, mais delicada... Um ímã para qualquer homem.
O pomo-de-Adão de Bruno subiu e desceu em um movimento sensual, e sua voz ficou ainda mais grave.
— Helena, não é o que você está pensando.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...