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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 14

A noite já estava evidente quando Helena dirigiu de volta para casa.

Assim que estacionou o carro e soltou o cinto de segurança para sair, seu olhar congelou por um instante.

O carro de Bruno estava parado sob uma árvore do outro lado da rua. Ele vestia preto da cabeça aos pés e se apoiava contra a lataria, a cabeça levemente inclinada para trás enquanto fumava. O pomo-de-Adão, bem marcado, se movia de forma absurdamente sedutora.

A fumaça azulada subia, envolvendo seu rosto esculpido antes de ser suavemente dissipada pelo vento noturno.

A escuridão era densa, e ele parecia fazer parte dela.

Ao vê-la, Bruno a encarou com um olhar profundo. Depois de alguns segundos, jogou o cigarro no chão, apagando ele com o sapato, e começou a caminhar em sua direção.

Helena não queria vê-lo. Assim que saiu do carro, se apressou em direção ao elevador, ouvindo os passos dele atrás de si, calmos, sem pressa.

No final, ele a encurralou na porta do apartamento.

— Helena, podemos conversar?

— Conversar sobre o quê? — Ela pegou as chaves na bolsa, a voz fria e distante. — O que ainda há para ser dito entre nós?

Aquelas noites úmidas, os sussurros tentadores daquele homem... Tudo não passou de um sonho.

Ainda bem que ela nunca acreditou de verdade.

Ela destrancou a porta, mas, antes que pudesse fechá-la, Bruno impediu com o pé.

O mundo girou por um instante, e Helena se viu prensada contra a parede. Ele apoiou as mãos ao lado de seus ombros, prendendo ela com o próprio corpo. Seus olhos a encaravam com uma intensidade rara.

Sem demora, se inclinou, tentando beijá-la, como fazia antes.

Helena virou o rosto bruscamente, recusando o contato.

Bruno a observou em silêncio, sua voz rouca ao perguntar:

— O que foi?

Sob a luz, o rosto de Helena parecia ainda mais lindo. Desde que saiu do Grupo Glory, ela parecia ter se tornado uma mulher mais suave, mais delicada... Um ímã para qualquer homem.

O pomo-de-Adão de Bruno subiu e desceu em um movimento sensual, e sua voz ficou ainda mais grave.

— Helena, não é o que você está pensando.

Denis latiu mais duas vezes...

Depois de alimentá-lo, Helena se preparou para tomar banho. Ao pegar seu pijama, de repente, seus olhos caíram sobre uma camisa preta, a de Bruno. Quantas noites ela havia dormido com aquela peça, envolvida nos braços dele...

Naquele tempo, seu coração havia vacilado, ainda que por um instante.

Ela ficou olhando para a camisa por um longo tempo antes de puxá-la e jogá-la diretamente no lixo.

Pouco depois, o som da água do chuveiro preencheu o ambiente...

A lua pairava alta no céu.

Na escuridão da noite, as árvores no primeiro andar balançavam ao vento, produzindo um ruído suave, como se uma jovem triste estivesse murmurando seu lamento silencioso.

Dentro do carro preto, um homem imponente folheava as fotos no celular. Eram as imagens do casamento dele com Helena. Ela se apoiava levemente em seu ombro, sorrindo de maneira doce.

Aos 22 anos, Helena ainda não era vice-presidente do Grupo Glory. Naquela época, era apenas uma garota ingênua.

Bruno ergueu a mão e, pela primeira vez, tocou suavemente a foto de Helena, como se pudesse sentir seu sorriso na tela fria do celular, revivendo o amor que ela um dia sentiu por ele.

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