A Sra. Fernandes gritou:
— Sangue! Ela está tendo um aborto!
Bruno se assustou. Ele olhou para baixo e viu a roupa de luto de Helena manchada de sangue, uma cena chocante. Ele avançou para pegá-la no colo, dizendo:
— Helena, vou te levar para ver o médico.
Mas Helena recusou. Ela não queria ele, não queria Bruno.
Ela deu um passo atrás, exclamando com o rosto pálido:
— Não se aproxime! Bruno, não importa se essa criança vai viver ou morrer, não tem mais nada a ver com você.
Helena continuava recuando, até que David a segurou. Mesmo com as pernas tremendo descontroladamente e o sangue escorrendo, ela insistia em andar, se afastando pouco a pouco dali, longe de onde Bruno estava.
Sob a luz forte e branca, ela se apoiou na moldura da porta, a dor nas costas a impedia de ficar ereta.
Ela não deixava de amar essa criança, mas acabara de perder a avó, a pessoa mais próxima dela e que mais a amava. Ela não tinha forças para se importar com mais nada. Naquele momento, só restava em seu coração raiva e desespero.
A noite era profunda, e aquele vermelho vivo se tornou uma ferida no coração de Bruno.
...
Helena foi levada para a sala de emergência.
Quem a carregou para dentro foi David. Helena já estava inconsciente, seu corpo cheio de ferimentos, especialmente nas mãos, completamente machucadas.
Os médicos disseram que era incrível uma grávida ter resistido até aquele ponto.
David sabia o que Helena sentia. Enquanto esperava do lado de fora, confirmou o andamento do caso e que Melissa ainda não podia deixar o país. Depois disso, ficou de vigília.
Ao fundo do corredor, ouviram passos apressados. Era Bruno.
— Sr. David. — Chamou Bruno baixinho.
Ele estava angustiado. Naquela hora, deveria estar indo prestar homenagem à senhorinha falecida, mas não podia sair dali porque Helena estava na emergência. Ele estava ansioso.
David não disse nada. No corredor silencioso, o homem puxou um cigarro e acendeu lentamente. Suas sobrancelhas, normalmente relaxadas, estavam franzidas.
Uma brisa noturna trouxe uma fumaça azulada que se espalhou no ar.
Bruno ficou parado na porta da sala de cirurgia, olhando fixamente para a luz vermelha. Seu coração estava aflito, e a imagem de Helena sangrando não saía de sua cabeça.
David, que estava calado até então, finalmente falou:
— Depois de tudo o que ela passou, acho que o bebê não vai sobreviver. — David tremia levemente, controlando as emoções, e contou a Bruno os horrores do subúrbio sul. Por fim, disse. — A velhinha morreu tentando salvar Helena, de um jeito terrível. Bruno, como pode ser coincidência? Embora o assassino ainda não tenha sido preso, não foi acidente, as portas da frente e de trás da mansão estavam trancadas por fora.
Bruno falou rouco:
— Eu sei, vou investigar.
David olhou fixamente para ele, questionando:
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...