Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 201

No fim de janeiro, Bruno recebeu um telefonema da Cidade D. A chamada vinha da Rua Glória do Carmo, nº 618, o endereço do principal manicômio da cidade.

Após um mês de interrogatório, Melissa se manteve firme, resistindo sem abrir a boca, mas um laudo médico de doença mental foi suficiente para mandá-la ao manicômio.

O médico responsável pela Melissa, de sobrenome Guedes, era um homem de cerca de quarenta anos, bastante esperto. Ele sempre informava Bruno imediatamente sobre qualquer novidade a respeito dela.

Do outro lado da linha, a voz grave do Dr. Guedes soou:

— Agora há pouco, a Srta. Melissa sofreu um aborto espontâneo.

Na sala da presidência do Grupo Glory, sentado no sofá diante da ampla janela, Bruno segurava o celular. Seu rosto estava impassível e a voz soou indiferente:

— Vou estar aí em meia hora.

— Sei como proceder, pode ficar tranquilo, Sr. Bruno. — Assentiu Dr. Guedes.

...

Meia hora depois, um Rolls-Royce Phantom preto entrou lentamente na Rua Glória do Carmo, nº 618.

Ao parar, a porta do carro se abriu, revelando um par de pernas longas e firmes. Era Bruno.

O Dr. Guedes veio recebê-lo e o acompanhou para dentro, dizendo em voz baixa enquanto caminhavam:

— Ontem à noite, ela teve sangramento. Quando isso aconteceu, alguns pacientes se jogaram em cima dela, rindo e batendo, uma cena absurda... Acho que foi isso que provocou o aborto. Os pais dela pediram um quarto individual, mas não temos vagas. Os recursos da clínica são limitados, só conseguimos colocsr ela em um quarto coletivo, com mais três pacientes.

Bruno lhe lançou um olhar de soslaio, o médico apenas sorriu sem jeito.

Enquanto falavam, chegaram diante de uma porta. O Dr. Guedes a empurrou enquanto comentava:

— Ela acabou de passar pelo procedimento de aborto, ainda está sob efeito da anestesia parcial... Fique à vontade para conversar sozinho com ela.

Bruno entrou, um cheiro intenso de sangue o atingiu de imediato.

Melissa estava deitada numa cama estreita, pálida como um papel. Seu uniforme de paciente estava encharcado de sangue. Ao ver o homem que antes a tratava como uma joia rara, lágrimas escorreram pelo canto dos olhos dela.

Ela já imaginava que, com a verdade exposta, Bruno passaria a desprezá-la. Mas nunca pensou que ele seria tão cruel. Ele sabia, sem dúvida, o quanto ela estava sofrendo ali, e mesmo assim consentiu tudo aquilo acontecer.

Com os olhos cheios de lágrimas, Melissa estendeu uma mão manchada de sangue, querendo segurar a dele, mas não conseguiu. Bruno permaneceu parado à porta, olhando na sua direção friamente.

— Bruno, eu só fiz tudo aquilo porque te amo! Eu reconheço meu erro, me perdoa desta vez, por favor! Pelo que já tivemos, me dá uma chance de sobreviver... Prometo que nunca mais vou voltar a Cidade D!

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