O interior da van era espaçoso. Fabrício, de terno, se agachou diante de Helena e, após um momento em silêncio, disse baixinho:
— Que tal ficar comigo? Eu vou cuidar de você e da criança, vou trabalhar duro, não vou deixar que você se preocupe com nada.
Helena não respondeu, apenas acariciou suavemente a cabeça do “cachorrinho leal” e disse com ternura:
— Fabrício, uma pessoa ferida por dentro não tem como dar felicidade a outra. O que eu quero é ver você feliz. Aos meus olhos, você...
— Eu já não sou mais uma criança! — Interrompeu ele, a voz áspera.
Fabrício agarrou a mão dela e a levou até o próprio peito, fazendo-a sentir os músculos firmes, e ainda tentou forçar a descê-la mais. Helena se desvencilhou e voltou a acariciar a sua cabeça, mas não disse nada.
O rapaz ficou ansioso:
— Por você, eu me tornei como ele, mas você ainda não gosta de mim. Me diga, em que mais eu ainda não fiz o suficiente? Eu mudo, pode ser?
Helena balançou a cabeça, fitou o rapaz e disse baixinho:
— Fabrício é Fabrício, não é outra pessoa. Mais do que sentimentos, eu preciso que me ajude a proteger a Origin. Quero ver você crescer, se tornar o Fabrício que eu guardo no coração.
O rapaz, extremamente obediente, se sentiu feliz por dentro, embora tentasse mostrar no rosto um ar contrariado.
— Entendi! Eu vou me dedicar à abertura de capital. O que eu não souber, vou perguntar a você e ao Manuel! Mas, se um dia você quiser alguém para estar do seu lado, eu quero ser o primeiro da fila. O Manuel não pode, ele já tem esposa, você não pode procurar ele.
Helena ficou sem saber se chorava ou ria diante dessa baboseira que ele estava dizendo, mas não conseguiu conter o sorriso.
Fabrício se animou, exclamando:
— Isso mesmo, você é tão linda quando sorri! Da próxima vez que ver aquele homem falso, não pode mais ficar com esse ar de quem não consegue esquecer, dá raiva só de olhar!
O coração de Helena amoleceu. Ela voltou a afagar sua cabeça, concordando:
— Está bem.
...
Uma semana depois, a Origin abriu capital.
Helena já estava grávida de mais de seis meses. Se não fosse pelos incidentes anteriores que afetaram sua saúde, sua barriga já estaria bem alta, mas agora parecia apenas do tamanho de uma bola de handball. Com vestidos largos, mal se percebia sua gravidez.
Hoje seria sua última aparição pública, na cerimônia de abertura de capital. À tarde, voaria para a Cidade Y, onde passaria a viver.
Ana abriu a porta da sala de descanso, observou-a por alguns segundos e disse em voz baixa:
— Presidente Helena, está na hora.
Helena se ajeitou uma última vez e seguiu com Ana para fora da sala.
A cerimônia estava animada, com várias personalidades importantes do setor prestigiando. Alguns colecionadores de peso vieram em consideração a ela, a Origin estava em seu auge.
No palco, Helena estava acompanhada de Manuel, Fabrício e Ana. Com uma taça de champanhe na mão, que ela não chegou a beber, apresentou um por um os que estavam ao seu lado, revelando naquele dia de abertura o percentual de ações que cada um possuía na empresa.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...