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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 205

Bruno pagou um alto preço para comprar aquele apartamento. Ele ainda ia lá uma vez por semana: cozinhava uma refeição, preparava uma xícara de café, às vezes passava a noite.

Quando isso acontecia, ele dormia na cama de Helena.

Do lado de fora, a chuva de primavera caía sem parar, ele ouvia o som da água. Gota a gota, caía sobre as folhas densas; logo, as verdes folhas do plátano estavam encharcadas e brilhantes.

...

Às vezes, ele encontrava Ana em certos eventos de negócios.

Ana administrava bem a Origin. Ao vê-la, Bruno tinha a sensação de ver a sombra de Helena, sempre precisava de muito tempo para se recompor.

Na recepção desta noite, não foi diferente. Bruno fumava sozinho no terraço, quando a porta de vidro se abriu. Quem entrou, por coincidência, foi a Ana.

Bruno a encarou em silêncio. Só depois de muito tempo, acendeu o cigarro entre os dedos e, como se fosse algo casual, perguntou:

— Ela tem estado bem, ultimamente?

Ana olhou para o horizonte e respondeu com naturalidade:

— Está, sim, arrumou um namorado.

As pupilas de Bruno se contraíram. Seus dedos longos, que seguravam o cigarro, tremeram levemente. Depois de um tempo, perguntou, tentando soar despreocupado:

— É o Fabrício?

Ana sorriu de leve, respondendo:

— Não perguntei, só sei que está namorando.

Bruno não insistiu mais. Ele levou o cigarro à boca e tragou fundo, seu semblante nunca foi tão abatido. Só depois de um silêncio, murmurou:

— Recomeçar... É bom.

— Também acho que é bom. — Ana concordou com um sorriso.

Ela se afastou com elegância, deixando Bruno sozinho. Ao redor, a fumaça se espalhava, cheia do sabor da solidão.

Harley se sentou no sofá. Depois de um longo silêncio, falou com tristeza:

— Nem olhou as fotos, só disse que não vai se casar outra vez. Tomás, eu não quero forçar nosso filho, mas tenho tanta pena dele... Ele tem pouco mais de trinta anos e vive assim, sozinho. Se fosse um mulherengo, eu ainda ficaria mais tranquila, mas ele se prende ao passado, como se fosse viver assim a vida inteira. Tomás, quanto tempo dura uma vida? Eu nem ousaria imaginar. Bruno só tem trinta anos e já tem fios brancos no cabelo...

Tomás não disse nada de imediato. Depois, caminhou até a esposa e massageou seus ombros com delicadeza.

— A vida é longa. Talvez um dia ele mude de ideia. Além disso, embora Bruno e Helena estejam separados, ele está indo a Cidade Y, e por afeto e consideração, deve levar uma lembrança à família Cunha, não podemos deixar que os outros pensem que faltamos com respeito.

Harley pensou um pouco e assentiu. Ela ergueu o rosto para o marido e disse:

— No dia de Finados, fui ao túmulo da avó de Lena levar oferendas. Chorei tanto, Tomás, chorei de verdade! O nosso pequeno Gonçalo, vai ficar bem ao lado da velhinha, não é?

— Vai ficar bem. — Os olhos de Tomás também marejaram. — Ela é a bisavó dele, com certeza vai cuidar muito bem dele, ela sempre soube como amar uma criança.

Harley enxugou as lágrimas, concordando:

— Certo, vou providenciar tudo agora, aí o Bruno pode levar as coisas para a família Cunha. Assim, também vai ser uma demonstração do nosso carinho.

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