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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 210

À noite, na Cidade Y, a chuva caía intensamente.

Helena estava sentada no sofá da sala de estar, apoiando a mão sobre a barriga arredondada, com um olhar distante.

Dos dois bebês em seu ventre, um deles estava com complicações. O médico recomendou uma internação antecipada, e, se algo não estivesse certo, cesariana imediata para garantir a segurança da mãe e dos fetos.

Ao lado, Agnes arrumava as malas, se preparando para a internação na manhã seguinte. Vendo Helena absorta, ela se aproximou, segurou suavemente a mão da filha e disse:

— Com a mamãe aqui, não vai acontecer nada. David já falou com o banco de sangue, e embora o tipo RH negativo seja raro, tem estoque suficiente. Além disso, se tiver necessidade de cesariana antecipada, vou chamar a Sra. Rocha. Ela também tem esse tipo sanguíneo, e no momento certo, vai poder ajudar.

Helena acariciou a barriga e falou baixinho:

— Estou preocupada com os bebês.

O grande incêndio não só tirou a vida da avó, mas também afetou a saúde das crianças que Helena carregava, então o parto inevitavelmente apresentaria algumas deficiências. O médico até aconselhou interromper aquela gestação, mas Helena não conseguia se desfazer daquele bebê: era o filho que Bruno chamava de Gonçalo, o mesmo para quem a avó fizera os sapatinhos azuis. Felizmente, após seis meses, a saúde da criança se estabilizou.

Agnes sentia uma profunda compaixão pela filha e compreendia a sua preocupação. Dois bebês de nove meses estavam prestes a nascer, dois pequenos seres vivos prontos para o mundo.

As duas conversaram um pouco, e depois Agnes foi para seu quarto, substituída por duas enfermeiras de acompanhamento.

Helena leu um pouco e quis ir à varanda tomar um pouco de ar. A enfermeira lhe cobriu com um xale leve e disse:

— Não fique muito tempo, a umidade lá fora está forte, não é bom para sua saúde agora.

Helena assentiu.

Na varanda, protegida da chuva, podia sentir o aroma da água e da terra molhada, o que lhe transmitia alívio. Apoiando-se no parapeito, uma mão acariciava delicadamente a barriga, o semblante suave e sereno. Ela orava para que os dois bebês nascessem saudáveis.

Ela sentia muita falta da avó. Planejava que, quando os bebês completassem dois meses, os levaria à Cidade D para apresentar à avó, ela com certeza ficaria feliz. Se ainda estivesse viva, ainda teria feito roupinhas para os pequenos.

Com os olhos marejados pela saudade, Helena olhou distraidamente para a porta de entrada da casa.

Na noite chuvosa, parecia uma enorme pintura em aquarela suspensa entre céu e terra. Na entrada da mansão dos Cunha, uma silhueta negra e alta se destacava, com uma camisa branca criando um ponto de luz. Mesmo à distância, Helena reconheceu: era Bruno.

Desde aquele dia, Bruno visitava a casa dos Cunha diariamente, ou ia com ela ao hospital, mas sem incomodá-la, apenas observando de longe.

Helena observou o homem em silêncio. Naquele momento, já havia quase esquecido o amor que sentira por ele. Ao pensar em Bruno, restava apenas o incêndio daquela noite, a morte trágica da avó e o ódio interminável.

Ela não queria vê-lo e, apoiando a cintura pesada, disse à enfermeira:

Capítulo 210 1

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