Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 255

A cozinha estava silenciosa, havia apenas Bruno na bancada, organizando os ingredientes. Ele vestia uma camisa preta e calça social preta, realçando seus ombros largos e a cintura estreita. Uma figura alta e imponente.

Suas costas eram atraentes, perfeitas para uma mulher se aconchegar. Helena, parada à porta, se lembrou de como já desejou isso intensamente no passado. Agora, só havia suspiros e melancolia.

Ela ficou quieta, observando Bruno cortar os legumes. Parecia estar preparando uma salada, macarrão e costeletas assadas ao estilo italiano. Mesmo manuseando tudo com uma mão, Bruno mostrava habilidade, estava claramente acostumado a cozinhar para Gonçalo. Suas sobrancelhas suavemente curvadas, os olhos baixos, a expressão gentil... Comparado ao Bruno de anos atrás, era outro homem. Agora, não mais preso à fama e ao poder, parecia um marido dedicado.

Helena não quis interrompê-lo e se afastou silenciosamente, mas Bruno percebeu sua presença. Olhou para ela e disse, com a voz masculina e doce:

— Vai ficar pronto daqui a pouquinho.

Helena achou a situação melosa demais e decidiu esclarecer:

— Na verdade, você não precisa se esforçar tanto, pode deixar o chef da casa cuidar disso... Você também não precisa ser tão atencioso comigo, somos apenas marido e mulher temporários.

Eles nem registrariam o casamento, era apenas para conviver temporariamente por Gonçalo.

Bruno baixou os olhos, a luz delineava sombras suaves sob suas pálpebras, e ele esboçou um sorriso contido:

— Eu sei! Mas quero ser um pouco mais cuidadoso com você. Gravidez e parto sempre prejudicam a mulher.

Helena lembrava das gestações de Gonçalo e Bella, cada uma havia sido um risco à vida.

Bruno, na verdade, tinha um pouco de trauma disso. Se pudesse evitar, não deixaria Helena engravidar de novo. Ele continuou cortando os legumes, com a voz baixa:

— Além do casamento, somos família. Quero cuidar de você e te fazer feliz.

Helena não respondeu, apenas ajustou o xale e saiu lentamente da cozinha.

Ao ser elogiado, Gonçalo corou e se encolheu no colo da mãe. Após um momento, murmurou:

— Quero uma irmãzinha! Que seja menor que eu, e eu vou protegê-la.

Helena beijou o rostinho do filho, rindo:

— Isso mesmo, o nosso Gonçalo vai crescer e virar bem alto, bem forte, igual ao papai.

Sentindo-se amado, Gonçalo fechou os olhos, satisfeito, com os bracinhos envolvendo a mãe e respirando suavemente.

A noite avançava, a chuva fina batia nos vidros gelados, tornando o ambiente ainda mais silencioso.

Na porta do quarto das crianças, Bruno apareceu, cansado da viagem. Ele segurava a mala, a capa preta pingando pequenas gotas. Tinha acabado de voltar da Cidade Y e ouviu, por acaso, a conversa entre Helena e Gonçalo.