Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 286

Lentamente, ele abriu os olhos de novo e olhou para os pais, continuando a falar:

— Vim ao mundo e não me arrependo! Nasci em uma família rica e poderosa, e com pouco esforço conquistei muito, fui mais afortunado que a maioria. Ainda conheci Helena. Se não fosse pela minha cegueira, quão feliz a gente teria sido! Mesmo partindo com arrependimentos, sinto que minha vida valeu a pena.

Tomás, com as lágrimas pendendo do nariz, assentiu repetidas vezes.

Harley estava ainda mais desolada, repetindo sem parar que era culpa dela, que tinha arruinado a vida do filho.

Bruno se encostou suavemente à mãe, seria a última vez. Ele olhou para a noite escura através da janela de vidro, e sua voz saiu terna, rouca e abafada:

— Mãe, antes eu não acreditava no destino. Sempre achei que o destino estava nas mãos dos fortes, por isso me apeguei ao poder, status e dinheiro. Mas no dia em que a avó de Helena faleceu, percebi então que existem coisas que dinheiro algum pode comprar. Pensei que havia perdido meu filho! Jurei diante dos deuses que abandonaria toda ganância, ira e ilusão, que daria minha vida para recuperar tudo... Depois disso, as coisas aconteceram como se já estivessem escritas pelo destino, e eu não consegui escapar de nenhuma provação. Mãe, não se culpe, fui eu que causei a morte da avó de Helena, fui eu que falhei! Se eu tivesse realmente cuidado dela, ela não teria sofrido tanto, nem teria enfrentado tantas dificuldades na casa dos Lima. Eu não fui um bom marido. Ah, mãe, como eu queria ser o marido da Helena de novo... Daqui para frente, cuide dos meus filhos, eles são minha própria carne e sangue.

Harley estava em prantos, transformada em um rio de lágrimas. Ela se debruçou sobre o corpo do filho e chorou desesperadamente:

— Eu vou cuidar deles, mas Bruno, você tem que prometer para mim que vai resistir! Você não pode desistir! Helena já sofre muito criando três filhos, ela precisa de um marido, e as crianças precisam de um pai!

As lágrimas brotaram nos olhos de Bruno.

Tomás ainda queria dizer algo, mas Bruno já não o escutava. Tinha voltado a cair na confusão mental.

Naquele instante, esqueceu novamente dos pais, esqueceu até quem ele mesmo era.

...

Bruno resistiu por muito tempo, mas não o suficiente para ver o nascimento do filho.

Ele partiu. Na Mansão Torrente, os pertences dele foram sendo levados pouco a pouco. Para onde, ninguém sabia.

A partir daquele dia, Bruno nunca mais apareceu em público. Uns diziam que ele fora expandir os negócios no exterior; outros comentavam que o tinham visto lá fora, cercado de duas loiras, vivendo despreocupado.

Mas todos os dias, Bruno mandava mensagens de áudio para os filhos:

— Gonçalo, está com saudades do papai?

— Quando Gonçalo sentir saudade do papai mil vezes, o papai vai voltar. O papai está trabalhando, por isso não pode ficar com você, mas Gonçalo precisa obedecer à mamãe.

— Bella, viu o pônei que o papai pediu para o tio Eduardo comprar para você? Gostou? Quando crescer, o papai vai escolher um cavalinho branco para te dar. Você vai ficar muito feliz.