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Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 348

Bruno raramente se deixava levar pela bebida, mas esta noite, disse:

— Não tem problema, é uma ocasião rara.

Helena, no entanto, insistiu:

— Você fez cirurgia há pouco tempo. Além disso, ainda acha que só tem uns vinte anos?

Meio embriagado, o homem a encarava com olhos intensos. Sua voz saiu muito baixa:

— Daqui a pouco vou te mostrar que um homem de trinta e poucos anos não fica atrás dos de vinte.

— Bruno... — Helena corou.

O olhar dele estava cheio de ternura. Ele segurou sua mão, e, depois de beber mais uma taça com os outros, não ousou irritar a esposa, declarando:

— Esta é a última! Se eu continuar, a Presidente Helena vai ficar brava e me botar de castigo, ajoelhado sobre pecinhas de Lego.

Os demais caçoaram dele.

Bruno resmungou, divertido:

— Seus pestinhas!

De fato, ele já tinha bebido o suficiente. Helena e Juliana o ajudaram a sair, e, ao entrar no carro, Bruno finalmente sentiu a bebida subir à cabeça. Reclinado, abriu dois botões da camisa e murmurou:

— Essa bebida tem um efeito forte mesmo.

Enquanto falava, puxou Helena para o colo.

Juliana ainda estava no banco da frente, e Helena tentou se afastar. Mas, de repente, uma divisória de cristal negro subiu entre os bancos dianteiros e traseiros. Logo, uma chuva de beijos lhe cobriu os lábios, suaves a princípio, mas depois mais intensos.

O álcool deixava o corpo de Bruno escaldante, o coração ainda mais ardente. Ele segurava o rosto de Helena, beijando repetidamente. Sua voz era carregada de desejo:

— Helena, estou tão feliz! Você sabe o quanto estou feliz esta noite? Não é apenas pelo negócio fechado, é porque nós finalmente colocamos a vida no rumo certo.

Seus olhos negros a encaravam enquanto ele lhe dizia palavras de amor em voz baixa. Ainda que o mundo inteiro já tivesse ouvido, ele queria repetir para Helena. O amor não deveria ser guardado em silêncio, mas expresso, fosse na intimidade da cama, fosse no murmúrio diário de amantes. E, no caso deles, a paixão naquele momento era ainda mais intensa que um casal em lua de mel.

A voz de Bruno estava rouca:

— Helena, meu coração está quase saltando do peito.

Ele a abraçou contra si.

O rosto dela estava tão colado ao peito dele que o nariz parecia amassado, não tinha nada de romântico. Ainda assim, ela gostava, porque finalmente tinha de volta um Bruno real. Não perfeito, mas verdadeiro, vivo e real.

Claramente, ela não queria ficar a sós com ele. Após algumas palavras, tentou ir embora. Quando já tocava a porta do carro, ouviu a voz dele às suas costas, titubeante:

— Daqui a uns dias, vou para a Inglaterra.

Yasmin parou alguns segundos e respondeu suavemente:

— Então, desejo que tenha um futuro brilhante.

Eduardo engoliu em seco, perguntando:

— Não tem mais nada que queira me dizer? Tipo...

— Não! — Yasmin respondeu rápido, como se temesse se arrepender. Sua voz embargou. — Eduardo, vamos parar por aqui! Eu não posso dizer que o que tivemos foi um erro, mas já passou, e as pessoas têm que seguir em frente... Não acha?

O coração dele doía. Ele respondeu em um tom áspero:

— Você vai se casar com outro homem levando nossa filha, e eu ainda tenho que te dar a porra da bênção?

As luzes de néon pareciam mais fracas. Assim como o passado deles, assim como o fim da relação... Sombrio, desolado.

Yasmin ficou parada por alguns instantes. Mas, por fim, abriu a porta, entrou no carro esportivo branco e partiu devagar. As lanternas vermelhas iam se apagando ao longe, enquanto os olhos de Eduardo ficavam cada vez mais marejados.

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