Essa resposta fez o coração de Bruno estremecer. Ele ficou em silêncio por muito tempo, depois pegou o celular e fez uma ligação.
— Tem um paciente com câncer de pulmão. Quero pedir para você dar uma olhada, mas precisa manter sigilo. Sim, Filipe... Nem meus pais podem saber.
Ao lado, Juliana sentiu o peito apertar de empatia.
Quando Bruno desligou, reclinou lentamente o corpo na cadeira. Virou o rosto e olhou pelas divisões da janela. No entardecer, o sol tingia o vidro transparente de um laranja vivo, tão radiante... Mas dentro dele, o peso era sufocante.
Ele não sabia bem por que estava fazendo isso. Talvez porque Yasmin havia sofrido demais. A sua compaixão parecia uma forma de compensar o que Helena tinha vivido anos atrás.
...
No hospital, a porta do quarto VIP se abriu com um rangido.
Quem entrou foi Maurício. Ele trazia uma marmita térmica nas mãos. Dentro dela, havia sopa de peixe recém-preparada.
Ele olhou em volta. O quarto, com seus 60 metros quadrados, era limpo, impecável, até o ar parecia diferente. Maurício não teve coragem de entrar; ficou parado à porta, constrangido:
— Vim acompanhar a Ingrid no pré-natal e, por acaso, vi você aqui. Perguntei e me disseram que está de repouso por causa da gravidez. Não trouxe nada de especial comigo, então... Esse peixe fui eu quem pesquei, é selvagem, muito nutritivo para gestantes. Se gostar, eu posso pescar todo dia e trazer para você.
Yasmin, recostada na cabeceira, respondeu com voz fria:
— Não preciso, leve isso de volta.
O rosto de Maurício empalideceu. A enfermeira que acompanhava Yasmin interveio em tom baixo, porém firme:
— O senhor está atrapalhando o descanso da paciente. Por favor, vá embora.
Maurício abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada. Na verdade, ele veio hoje com um pedido difícil. Ingrid se casaria depois do Carnaval, e a família não tinha dinheiro para preparar o enxoval. Ele queria pedir a Yasmin uma ajuda, nada muito grande, algumas dezenas de milhares já bastariam.
Depois de hesitar um pouco, ele colocou a marmita sobre a mesinha e falou:
— Venho te ver da próxima vez, filha.
Maurício foi embora.
A enfermeira olhou para o recipiente e perguntou baixinho:
— Sra. Freitas, quer experimentar um pouco?
Yasmin continuou lendo o livro, sem levantar os olhos ao responder:
— Jogue fora, no lixo lá fora. Quando o Elder voltar, eu como outra coisa.
...
Elder tinha voltado à mansão. Ele fez as malas de forma simples e desceu as escadas.
Na cozinha, Amélia estava terminando de preparar uma sopa nutritiva de galinha caipira. Jéssica e Paloma estavam sentadinhas nas cadeiras coloridas, observando o forno. Lá dentro, pequenos bolos assavam, soltando um aroma doce.
Elder entrou e passou a mão nos cabelos das duas meninas. Amélia, ouvindo os passos, serviu uma tigela de sopa para ele e o colocou na mesinha:

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...