Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco romance Capítulo 407

Depois do Carnaval, Elder começou os preparativos para a cirurgia. Esconderam o motivo verdadeiro das crianças, disseram apenas que ele faria uma cirurgia de apêndice.

Na véspera da internação, Yasmin conferiu as malas de novo, se certificando de que não faltava nada.

Na calmaria da noite, Elder voltou do trabalho e encontrou a esposa no closet, parada com uma foto em família nas mãos, pensativa.

Ele a abraçou por trás e falou baixinho:

— Ouvi a Dalila dizer que você quer vender a empresa. Se estiver sobrecarregada, podemos contratar um gestor profissional. Posso te ajudar a encontrar alguém bom.

Yasmin se recostou em seu ombro e balançou a cabeça, dizendo:

— É melhor vender.

Depois da cirurgia, o futuro de Elder era incerto. Em casa havia três filhos, e um a caminho. Cuidar de tudo exigiria muito dela, então decidiu vender a empresa após muita reflexão. Isso doía, mas era a escolha mais sensata.

Ela não falou nada, mas Elder entendia tudo. Ele apenas a abraçou em silêncio, sentindo juntos a paz da noite.

...

No dia seguinte, Elder foi internado.

Depois de cuidar dos trâmites, Yasmin se surpreendeu ao encontrar Filipe no quarto do marido. O cirurgião, de ar elegante, sorriu levemente e falou:

— Foi um pedido do Bruno. Fique tranquila, não vou contar nada ao Eduardo.

Os olhos de Yasmin se encheram de lágrimas. Quando Filipe e os enfermeiros saíram, ela fingiu repreender o marido:

— Uma coisa tão importante e você não me contou? Mas agora, com o Dr. Filipe como cirurgião, fico mais tranquila.

Elder já sabia da real gravidade da própria doença, mas não queria deixar a esposa triste, então apenas sorriu e falou:

— Eu queria te dar uma surpresa! Agora já vai conseguir dormir melhor, não é?

Yasmin assentiu:

— Bem melhor! Depois preciso agradecer ao Bruno.

De fato, Bruno e Helena haviam ajudado muito nos últimos anos, ela era grata a ambos.

Enquanto conversavam, o telefone de Yasmin tocou. Era um comprador interessado na empresa. À princípio, hesitavam quanto ao preço, mas após uma avaliação percebeu que o valor pedido pela Yasmin era justo e decidiram fechar o negócio. A venda foi concluída por 340 milhões.

Após algumas palavras, eles confirmaram o contrato e marcaram de se encontrarem em uma cafeteria sofisticada. Depois de desligar, Yasmin comentou com Elder:

— Pronto, fiquei desempregada. Agora vou depender do Sr. Freitas para me sustentar.

Elder beliscou a bochecha dela, brincando:

— Vou deixar você e os quatro filhos bem gordinhos.

Yasmin levantou o rosto e o olhou com ternura. Qual mulher não gostaria de ser valorizada?

...

Às duas da tarde, Yasmin chegou à cafeteria para encontrar o comprador.

A negociação foi direta, sem tentativas de abaixar o preço. Apenas conversaram sobre assuntos de gestão, e o comprador até tentou "roubar" Dalila.

Dalila olhou para Yasmin, aflita. Yasmin apenas sorriu e disse:

— Dalila não está à venda, ela fica comigo.

Ouvindo isso, Dalila suspirou aliviada, e o clima ficou leve novamente.

Mas, quando estavam prestes a assinar, Yasmin viu pela janela que, do outro lado da rua, na vitrine de um ateliê de noivas, Eduardo e Katrina estavam tirando fotos de casamento.

Ele, com o braço na cintura dela, olhava para ela com ternura. Ela, de cabeça levemente erguida, parecia pedir um beijo. Uma cena bonita, um casal perfeito.

— Você tem razão, Eduardo, você nunca foi especial! Eu nunca te amei. Aquela história de ter arriscado a vida para te impedir foi mentira. Esperar por você durante anos, também mentira. Até a existência da Jéssica, foi tudo por interesse. Assim está bom para você?

Eduardo cerrou os dentes, o maxilar tenso.

— Eduardo. — A voz suave de Katrina ecoou. Ela se aproximou, linda, já sem o vestido de noiva.

A mulher se encostou ao noivo, e o homem, abraçando-a pelos ombros, murmurou com frieza:

— Está sim, Sra. Freitas.

Destroçar o coração de alguém era exatamente assim. Yasmin observou os dois, serena, enquanto o vento da primavera tocava seu rosto e a impedia de qualquer descontrole.

Ela se virou e foi embora, com passos lentos. Atrás dela, o antigo amor abraçava a nova mulher. E ela, grávida de mais de dois meses, caminhava na direção oposta.

A luz e a sombra dançavam sobre seu corpo. Ela não chorou, porque as lágrimas já haviam secado naquela noite distante.

Afinal, ela não estava sozinha. Elder lhe deu um lar.

O sol poente alongava a sombra de sua silhueta. A sua leve fragilidade não escapou ao olhar de Eduardo.

Ao lado dele, Katrina comentou, relembrando o passado:

— Acho que depois que ela se casar com Elder, vão ter outro filho. Quando pedirmos a guarda da Jéssica, aposto que ela vai até ficar feliz em se livrar daquele fardo.

— O que você disse? — Eduardo a fitou, esbugalhando os olhos. — Diga de novo.

Katrina se apressou em corrigir as palavras:

— Eu não quis dizer isso... A Jéssica é adorável, eu gosto muito dela.

Eduardo respirou fundo, falando em um tom impaciente:

— Não fale mais nisso! Eu nunca vou disputar a guarda da Jéssica.