De manhã bem cedo, o céu a leste já começava a clarear.
Na cozinha, ouviam-se pequenos ruídos. Depois de duas horas de cozimento, o ensopado soltava um aroma espesso e delicioso, muito apetitoso. A diarista despejou o ensopado na garrafa térmica, sorrindo ao dizer:
— Depois o senhor pode fazer sempre assim. Pessoas no pós-operatório precisam comer coisas leves, a carne só pode colocar um pouquinho.
Eduardo assentiu. De fato, estava muito cheiroso.
Ele e Katrina estavam morando separados, e certamente se divorciariam. Ele pretendia compensar Yasmin e a criança. Mesmo que Yasmin já tivesse se casado com Elder, ele ainda poderia cuidar dela e dos filhos.
...
Às oito da manhã, Eduardo chegou ao hospital. Ele estava prestes a abrir a porta do quarto VIP quando ouviu o choro de uma criança lá dentro. Era a voz de Jéssica:
— Mamãe, está doendo... Dói muito a barriga. Por que tem um corte na minha barriga?
Depois, veio a voz de Yasmin, suave, consolando, só que não dava para ouvir claramente as palavras.
Eduardo não entrou de imediato. Ele se apoiou na parede ao lado, a cabeça um pouco erguida, os olhos escuros marejados, o coração transbordando um sentimento difícil de explicar.
Depois de um tempo, a enfermeira terminou de trocar o curativo e saiu do quarto. Ao ver Eduardo na porta, ela se surpreendeu um instante e disse:
— Sr. Eduardo, por que não entra?
Só então Eduardo empurrou a porta e entrou.
O quarto ainda tinha o cheiro de desinfetante. Na caminha, a menina que há pouco chorava de dor agora havia se acalmado um pouco, mas ainda com os olhos úmidos. Ao ver o pai, chamou manhosamente, quase chorando:
— Papai...
Eduardo foi até o lado da cama e afagou a cabeça dela, falando:
— O papai trouxe um ensopado. Vou te dar um pouquinho.
Jéssica respondeu com um grunhido bem baixinho. Yasmin quis dizer algo, porém Elder a impediu, levando-a para fora. Naquele momento, Eduardo só pôde se sentir grato.
No quarto, restaram apenas pai e filha. Eduardo alimentou a menina com uma delicadeza que nunca teve antes, colherzinha por colherzinha. Jéssica estava muito fraca, comia devagar. Uma só tigela de ensopado levou meia hora.
...
A porta do quarto se abriu. Quem entrou foi apenas Yasmin. Ela fechou a porta, ficou junto ao batente e observou, em silêncio, pai e filha.
Eduardo também levantou os olhos e olhou para ela, para sua barriga já de seis meses, alta e evidente, carregando ali o fruto daquela noite.
Quando falou, a voz dele saiu rouca:
— Yasmin...
Ela também o observou por um instante, depois murmurou, de forma fria e seca:
— Vamos conversar.
No quarto VIP infantil havia uma pequena saleta anexa. Eduardo acomodou a filha adormecida e só então foi até lá. Encontrou Yasmin de pé, diante da janela panorâmica, olhando a paisagem lá embaixo. Mesmo com a gravidez avançada, a silhueta dela parecia tão solitária.
Ele tinha tantas coisas para dizer, desculpas, compensações... Mas Yasmin não queria nada daquilo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Depois que Fui Embora, o Canalha Ficou Louco
Já está uma semana no capítulo 530. Não vão finalizar o livro?...
A história é maravilhosa, mas e as atualizações? GoodNovel lembre-se do seu compromisso com os leitores....
Acho extremamente injusto só liberar duas páginas minúsculas por dia. As primeiras são maiores agora da 370 em diante são muito pequenas. Não é justo. A gente paga pra liberar as páginas para leitura e só recebe isso. Como o valor que eu já paguei pra liberar poderia comprar 2 livros na livraria...
O livro acabou ou não? Parei na página 363...
Acabou??...
Agora me diz porque fazer propaganda de um livro e não postar sequer uma atualização…...