Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 286

Em um dos quartos do andar de cima, a luz se acendeu.

Natália apoiava-se na janela de vidro, espiando através da fresta das pesadas cortinas, observando as silhuetas lá embaixo.

A luz dos postes era tênue, estendendo a sombra dele de maneira longa.

Parecia fundir-se com a noite.

Natália observava em silêncio, sentindo como se seu peito estivesse preenchido por um tufo de algodão, tornando cada respiração difícil e obstruída.

Não se sabe quanto tempo passou, mas ele ainda não tinha ido embora.

Natália continuava apoiada na janela, com as pernas começando a formigar.

Ao movimentar seus pés, ela tocou as cortinas, que se moveram levemente.

O homem lá embaixo olhou rapidamente para cima.

Natália imediatamente recuou para dentro das cortinas, escondendo-se completamente.

A noite estava fria e úmida, e Patrícia, na sala de estar, estava verificando a previsão do tempo, com o volume do vídeo invadindo o ambiente.

Haveria uma queda significativa na temperatura amanhã, com ventos fortes à noite.

Natália caminhou até a porta e silenciosamente apagou a luz.

O quarto mergulhou na escuridão.

Ela espiava para baixo através da fresta da cortina.

Após alguns minutos, o homem lá embaixo finalmente apagou seu cigarro e entrou no carro.

Logo, o carro partiu.

O local estava vazio, sem sinal de qualquer presença humana.

Natália, na escuridão, gradualmente se agachou, encostando-se sob a janela, com os olhos vermelhos de chorar.

...

a família Pinos.

Valério estacionou o carro na garagem, subiu pelo elevador com familiaridade e tirou as chaves para abrir a porta.

Era um condomínio antigo, habitado por famílias.

Muitos moradores já se mudaram, mas Francisco ainda vivia aqui, esforçando-se ao máximo para manter a imagem de um bom líder.

A luz do escritório ainda estava acesa, e podia-se ouvir Francisco falando ao telefone com um tom que parecia ser muito sério.

Valério esperou do lado de fora por alguns minutos, até que o som da conversa cessou, e então ele chutou a porta para abrir.

Francisco estava sentado à escrivaninha, praticando sua caligrafia, sem sequer levantar os olhos.

Parecia já estar acostumado com isso.

"Ei, dá uma olhada nisso e assina."

Valério jogou o envelope de documentos em sua direção, com um tom de voz bastante impaciente.

Francisco deu uma olhada rápida no nome no envelope.

"O projeto da GDSS?"

"Sim."

Valério respondeu com sarcasmo: "Você acha que todo mundo é como você? Um velho sem vergonha, abandonando a esposa e os filhos, merecendo um fim miserável."

O rosto de Francisco escureceu instantaneamente.

Ele acenou impacientemente, mandando-o embora. "Vá para o seu quarto, pegue os documentos amanhã de manhã."

Valério grunhiu e virou-se para sair.

Ao chegar à porta, ele voltou, chutando-a com força.

"Alô, amanhã é o aniversário da minha mãe, você vai ao hospital vê-la, se comporte bem, converse bastante com ela, o médico disse que ela pode acordar."

Francisco respondeu com voz grave, "Entendi."

...

Valério voltou para o quarto.

Jogou-se na grande cama estampada com desenhos animados.

Na mesa de cabeceira, havia um porta-retratos com a foto de uma jovem mulher sorrindo para a câmera.

Ela era muito bonita, deslumbrante.

Possuía um par de olhos amendoados particularmente atraentes.

Valério pegou o porta-retratos e o abraçou.

Os olhos amendoados e bonitos estavam úmidos.

"Mãe, eu tenho uma namorada agora..."