Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 430

Numa área de descanso não muito distante.

Mirella balançava sua taça de vinho, observando duas silhuetas sob os fogos de artifício.

"O amor é algo tão belo."

Uriel estava atrás dela, lançando-lhe um olhar de esguelha.

"Invejosa?"

Mirella cruzou os braços. "Um amor puro, recíproco, era algo que eu jamais poderia alcançar naquela época."

Uriel provocou: "Está insinuando que o nosso não é puro?"

Mirella ergueu uma sobrancelha, sorrindo ironicamente para ele.

"Quando nos casamos, as famílias Silva e Song se uniram sem que sequer nos conhecêssemos. Sr. Silva tem a audácia de se dizer puro?"

Uriel a abraçou pela cintura, aproximando seu rosto delineado do dela, um sorriso zombeteiro nos cantos dos olhos e sobrancelhas, digno de sua posição superior.

"O que importa a união arranjada, quando vejo a Sra. Silva desfrutando tanto? Quem foi que na primeira vez me seduziu na cama, me beijou à força e me fez beber o vinho adulterado?"

Mirella corou até as orelhas.

"Chega, vamos encerrar este assunto aqui."

...

Após o término dos fogos de artíficio.

Eles retornaram ao salão principal.

Vários designers se aproximaram para conversar com Natália, todos discutindo conhecimentos técnicos de arquitetura.

Natália estava visivelmente animada.

Fabiano decidiu dar-lhe algum espaço.

Ela sempre foi independente e determinada em sua carreira.

"Srta. Ferreira, sou-lhe extremamente grato. Sem sua perseverança, eu provavelmente teria perdido uma fortuna."

Jorge, acompanhado de seus filhos e como cliente do projeto, veio pessoalmente agradecer Natália.

Natália respondeu com dignidade: "Devo agradecer principalmente ao Velho Sr. Barbosa, que me deu outra oportunidade. Sou eu quem deve ser grata a você."

"A oportunidade não veio de mim, mas de Glória, que lutou por você."

Jorge olhou carinhosamente para Glória ao seu lado, que vestia um elegante vestido preto e estava excepcionalmente bem maquiada.

"Ela disse que, como arquiteta, a persistência é a sua crença. Parece que ela realmente gosta muito de você."

O olhar de Natália se voltou para Glória.

Ela estava como sempre, tranquila e inofensiva, com um sorriso sereno.

Natália acenou em agradecimento. "Obrigada, Srta. Barbosa, pela ajuda."

"Não foi nada, apenas um pequeno esforço."

Glória ergueu sua taça, tocando a de Natália.

"É a Srta. Ferreira quem tem grande talento, tenho grande admiração por você. Se não se importar, brindo em sua honra."

Ela bebeu todo o conteúdo da sua taça num só gole.

Os homens da família Barbosa gritavam horrorizados, e Jorge empalideceu.

"Rápido, preparem o carro, para o hospital!"

Enquanto Manuel preparava o carro, Natália rapidamente levou Glória para o banheiro, freneticamente tirando suas roupas e limpando o ácido residual.

Abriu a torneira e enxaguou a área afetada com grande quantidade de água.

O alvoroço lá fora era ensurdecedor.

Natália estava pálida, concentrando-se apenas na ferida.

A corrosividade do ácido sulfúrico era terrível, e o contato com a pele poderia ter consequências devastadoras.

Olívia realmente enlouqueceu!

Glória, ao invés disso, não teve muita reação, observando Natália em pânico enquanto tentava lhe prestar os primeiros socorros.

Havia algo que brilhava brevemente no fundo dos seus olhos.

Ela era, de fato, bastante bondosa.

Após alguns minutos, uma funcionária entrou, trazendo pomada de primeiros socorros e uma toalha úmida, envolvendo Glória completamente.

Olívia já havia sido contida.

No meio da multidão, Fabiano irrompeu e puxou Natália para seus braços.

"Como você está?"

Natália, ainda visivelmente abalada, balançou a cabeça. "Estou bem, por favor, levem-na ao hospital rapidamente."