Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 473

As luzes do centro cirúrgico permaneceram acesas por muito tempo, sem se apagar.

Fabiano sentava-se rígido na cadeira, coberto de sangue, sem se mover.

Tudo em sua mente era ela.

Ela fora baleada tentando salvá-lo.

Ela até saiu do hospital às escondidas, saiu do carro sem avisar a ninguém, e infiltrou-se nas proximidades com calma.

No exato momento em que a arma de Glória estava apontada para sua testa, ela jogou-se na frente dele, bloqueando a bala fatal.

Glória era uma atiradora de elite, com uma precisão mortal.

Mas ela ainda assim bloqueou.

Tola.

Teimosa.

Sem noção.

Fabiano fechou os olhos, suas veias saltadas nos braços, tremendo incontrolavelmente.

Passos foram ouvidos no fim do corredor, Mirella, apressada e de salto alto, chegou com Vitor, que a seguia nervosamente.

“O que aconteceu de fato, Giselle está bem? E Natália? Por que você está todo coberto de sangue?”

Fabiano levantou a mão, apontando para baixo.

“Giselle está lá embaixo, levou um susto, Natália...” ele fez uma pausa, olhando para a sala de cirurgia, “ela está lá dentro.”

Mirella respirou fundo, parecendo querer dizer algo, mas se conteve.

Ela olhou para a sala de cirurgia, profundamente preocupada com sua filha.

Virou-se para Vitor e ordenou, “Fique aqui e cuide deles, vou ver como estão lá embaixo.”

“Sim, senhora,” Vitor concordou, respeitosamente.

Mirella deu alguns passos, então tirou o celular e ligou, “Tragam alguns seguranças para cá em cima, não quero mais nenhum imprevisto.”

“Entendido.”

Após Mirella entrar no elevador, o corredor voltou a ficar silencioso.

Vitor, visivelmente desconfortável, olhou cuidadosamente para Fabiano, “Sr. Alves, talvez você devesse trocar de roupa enquanto eu fico aqui.”

“Não é necessário.”

“Você está ferido? Devo chamar um médico para te atender.”

“Tem cigarro?” Fabiano perguntou subitamente.

“O quê?”

“Me dê um cigarro.”

Vitor hesitou, mas instintivamente retirou um maço de cigarros e um isqueiro do bolso.

“Não é permitido fumar nos corredores do hospital.”

Fabiano segurou o cigarro, hesitou por um momento e então levantou-se, caminhando em direção ao corredor.

Ele precisava esfriar a cabeça, aceitar a realidade rapidamente.

Depois de alguns passos, parou, guardou o cigarro no bolso e voltou a sentar-se.

“O que foi?” Vitor perguntou.

Ela repousava tranquilamente, com um oxigênio, seus olhos fechados, como se estivesse dormindo.

Fabiano observou-a, sem piscar, por um longo tempo.

Até que um dos oficiais o chamou, “Sr. Alves, seu tempo acabou.”

Fabiano desviou o olhar, voltando a ser frio e composto.

“Vamos.”

Vitor seguia atrás, recebendo seu comando em tom baixo: "Fique aqui e cuide dela por mim."

"Entendido."

Quando Natália acordou.

O sol lá fora estava especialmente brilhante, fazendo-a abrir os olhos.

O teto brilhava intensamente em seu campo de visão, e um cheiro peculiar de desinfetante atingia suas narinas.

Havia uma dor latejante em seu abdômen, e ela se encontrava incapaz de se mover.

"Srta. Ferreira, você acordou. Como se sente? A dor ainda persiste?" Vitor perguntou, demonstrando preocupação ao seu lado.

Natália tocou seu estômago, apenas para encontrar uma grossa camada de ataduras envolvendo todo o seu abdômen, sem conseguir discernir mais nada.

Ela abriu a boca, sua voz rouca, "Meu bebê ainda está aqui?"

Houve uma pausa em Vitor, um lampejo de complexidade passando por seus olhos.

"Eu preciso ouvir a verdade."

Com a voz baixa, Vitor disse, "Srta. Ferreira, aquela bala atingiu diretamente o lado esquerdo do seu abdômen. O bebê... foi abortado, não conseguimos salvá-lo."