Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 475

Um mês depois.

Natália teve alta do hospital.

Seu corpo estava se recuperando gradualmente, embora tivesse salvado sua vida, o aborto somado ao ferimento de bala havia consumido muito de sua energia física, necessitando de um longo período de repouso.

Durante um mês inteiro.

Fabiano não apareceu mais, e ela também não perguntou por ele.

Comia obedientemente, dormia obedientemente, recuperava-se de suas feridas com disciplina.

Patrícia vinha ao hospital todos os dias, trazendo-lhe refeições nutritivas, mas sem mais os sabores familiares do Bairro Magnético.

No dia da alta, Urbano veio vê-la.

"Natália, o grupo sempre manterá sua posição disponível para você, agora pode descansar tranquila. Depois, seja continuar trabalhando ou pedir demissão, respeitarei sua escolha."

Natália baixou os olhos e pensou por alguns segundos.

"Sr. Teixeira, depois de ter alta, posso voltar ao trabalho?"

Urbano ficou surpreso, "Você não vai descansar mais dois meses?"

"Não é necessário, só me mantendo ocupada o tempo passará mais rápido."

Urbano pensou por um momento e disse seriamente, "O projeto do Ginásio Internacional já foi iniciado, eu havia reservado uma vaga especialmente, se você quiser, pode continuar participando. Mas, terá que trabalhar mesmo estando ferida, será mais árduo."

"Está bem, eu aceito."

Natália aceitou sem hesitar.

Um mês, tempo suficiente para encerrar qualquer coisa.

Laços familiares, amor, inclusive tudo que se pensava ser eterno.

À noite, Vitor chegou ao quarto do hospital com uma marmita térmica.

Já estava vazio.

Ele ficou parado por dois segundos, pegou uma enfermeira e perguntou, "Onde está a Srta. Ferreira?"

"Ela já teve alta." A enfermeira respondeu.

"Alta? Eu não tinha programado dois meses de hospitalização para ela, como ela saiu em um mês?" Vitor ficou ainda mais confuso.

"A Srta. Ferreira pediu alta antecipada e pediu para não divulgarmos, o restante das despesas hospitalares e médicas já foram devolvidas ao seu cartão, por favor, verifique."

Após falar, a enfermeira continuou com suas tarefas.

Vitor saiu atordoado do hospital, foi até o estacionamento, abriu a porta do carro e entrou.

Do banco de trás veio uma voz masculina calma.

Tudo que ele havia dado a ela, estava ali.

Ela não quis nada, levou apenas seu próprio cartão bancário.

No canto superior esquerdo da mesa, calmamente repousava um contrato, ele apenas folheou até a última página, vendo aquela assinatura extremamente familiar.

A assinatura que ela implorou chorando, sob qualquer circunstância, para não fazer.

Agora, estava lá, exposta.

"Meow."

Um miado veio de lado, um gatinho surgiu de algum lugar, esfregando-se no braço de Fabiano.

Ele levantou a mão para acariciá-lo, sentindo um aperto no coração.

O quarto ainda tinha o cheiro dela, o sofá estava coberto com o cobertor que ela usava, cada canto tinha seu rastro.

Fabiano afundou-se no sofá, mergulhando na escuridão.

As luzes de néon piscando lá fora, jogando sombras intermitentes em seu rosto.

Ele levantou a mão para cobrir os olhos.

Bloqueando a última luz.