Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 517

"Você... voltou."

Natália o viu, por um momento ficou sem saber o que fazer.

O olhar de Fabiano pousou sobre ela, escurecendo por um instante, escondendo uma corrente subterrânea quase imperceptível.

Ele abriu a boca, mas no final, só saiu um som.

"Hm."

Natália, temendo que ele a interpretasse mal, levantou-se imediatamente e apontou para Giselle, explicando.

"Eu encontrei a Giselle sozinha na rua e a trouxe para cá. Agora que você voltou, vou deixá-la contigo. Já está ficando tarde, eu preciso ir."

Natália disse, caminhando em direção à porta, com um ar de quem foge às pressas.

Este lugar já foi sua casa, mas agora sentia como se estivesse com espinhos nas costas, queria apenas ir embora o mais rápido possível.

Para que seu humor não flutuasse tanto.

Fabiano, sem trocar de sapatos, pegou novamente as chaves do carro.

"Eu te levo."

Natália recusou repetidamente, mostrando suas próprias chaves de carro. "Não precisa, eu tenho carro, acabei de comprar."

Fabiano, imperturbável, disse: "Está chovendo lá fora. Seu carro novo pode ter uma configuração fraca e parar no meio do caminho."

O canto dos lábios de Natália tremeu levemente, ela não acreditava nisso.

"Sr. Alves, você já usou essa desculpa com a Patrícia. Usar o mesmo motivo duas vezes é subestimar meu conhecimento sobre carros?"

Fabiano ficou em silêncio por um momento e então falou: "Eu estou falando sério."

"Não precisa explicar, eu sei dirigir meu carro. Cuide da sua sobrinha, Sr. Alves. Até logo."

Depois de falar, Natália rapidamente trocou de sapatos no hall de entrada e desapareceu num piscar de olhos.

Configuração fraca, carro parando por causa da chuva.

Tudo desculpa.

Ela não acreditava nisso.

Natália entrou no elevador, indo direto para a garagem, e logo encontrou seu carro novo.

Ela destravou o carro, ligou o motor e saiu do Bairro Magnético sem problemas.

Chovia lá fora, com nuvens negras pressionando para baixo, um temporal se aproximava.

Do Bairro Magnético até o Condomínio Nove Árvores era uma longa distância, levaria uma hora de carro.

Natália acelerou, tentando chegar ao Condomínio Nove Árvores antes da tempestade.

No entanto, apenas cinco minutos depois, a tempestade desabou furiosamente, inundando a cidade sob a cortina de chuva, com visibilidade extremamente baixa.

Natália ligou os limpadores de para-brisa, esforçando-se para observar as condições da estrada enquanto dirigia lentamente sob a tempestade.

Em apenas quinze minutos, a água já cobria metade dos pneus.

Natália teve que avançar com cuidado, lentamente.

Ao passar por uma poça d'água, ouviu-se um "clique", e o carro parou completamente.

Natália "......"

Será que isso é o que chamam de carro parando?

Ela tentou ligar o motor várias vezes, mas não conseguiu fazer o carro andar.

Parece que estava realmente presa na estrada.

A chuva ficava cada vez mais forte, como se o céu tivesse um vazamento sem fim.

Natália tentou fazer uma ligação, mas percebeu que a bateria do celular estava descarregada e desligou automaticamente.

A água subia incessantemente, em breve chegaria às portas do carro, uma inundação como não se via há anos, e ela teve a "sorte" de encontrar.

"Não se mexa, cuidado para não torcer a cintura."

Natália engoliu em seco, permanecendo numa posição indescritível sobre ele, o silêncio do carro era tão profundo que ela podia ouvir o batimento cardíaco dele, forte e estável.

Batendo contra a palma de sua mão.

As orelhas de Natália ficaram ainda mais quentes, ela murmurou, "Solte-me, eu preciso ir para o outro lado."

Fabiano ajustou o assento para baixo, segurando sua cintura e a transferindo cuidadosamente para o assento do passageiro.

Natália respirou fundo, todo o seu corpo estava molhado pela chuva.

Uma manta de lã branca foi lançada sobre ela, cobrindo-a.

Natália reconheceu de imediato, era a manta do sofá do Bairro Magnético, ela não imaginava que ele teria trazido aquela manta também.

Ela pressionou os lábios, secando a água do corpo conscientemente.

"Obrigada," ela disse, com cortesia.

Enquanto Fabiano ajustava a temperatura interna do carro para o máximo, ele dirigia com um tom de voz levemente zombeteiro.

"Vamos voltar, ou vai continuar teimosa?"

Natália "......"

Com a enchente, como poderiam voltar?

Seria sorte não morrerem afogados pelo caminho.

Quinze minutos depois, Natália, envolta na manta, sentou-se novamente no sofá do Bairro Magnético.

Giselle piscou seus grandes olhos encantadores, aproximando-se com seu tablet para mostrar a ela.

"Tia Natália, não adianta resistir, a enchente foi grande hoje, muitos carros foram inundados, nós duas vamos ter que dormir aqui, ninguém consegue voltar para casa."

Natália "......"