Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 520

O nariz de Natália azedou naquele momento.

Sua respiração era pesada, soprando suavemente no pescoço de Natália, na calada da noite, despojando-se de suas armaduras, revelando sua forma mais suave.

Os olhos de Natália aqueceram ligeiramente.

Ela se mexeu, tentando se libertar, mas ele a abraçou ainda mais forte.

Ela estava deitada sobre o peito de Fabiano, ouvindo o som constante de seu coração.

Era como tinha sido em todas as noites, firme e forte.

Natália silenciou por um momento, então falou baixinho, "Eu não entendo."

"Fabiano, eu não entendo."

Não tínhamos concordado em nos esquecermos um do outro?

O que isso significa agora?

"Desculpe, eu não consegui esquecer."

Fabiano pareceu adivinhar seus pensamentos, enterrando seu rosto em seu pescoço, falando roucamente.

"Natália, eu desisto, quando te vejo, perco o controle, ao te ver... perco toda a razão."

Apesar de quatro anos terem passado, apenas aquele olhar para ela, aquele momento em que ela se aproximou dele, toda a razão foi obliterada.

Toda a contenção desabou.

Essa emoção era amplificada na quietude da noite, até dez, cem, mil vezes.

Ele fechou os olhos, sem soltá-la.

"Esta noite, a chuva está forte, não há ninguém, fique quieta... deixe-me abraçá-la um pouco."

O coração de Natália doeu novamente.

Lá fora, a chuva caía pesada, o quarto estava frio e vazio, o único calor estava em seu peito.

Ela ficou quieta, sua voz baixa na escuridão, "E depois?"

Depois de abraçar, o que acontecerá?

Ela estava esperando que ele falasse.

Ela esperava por uma resposta.

Fabiano respirou fundo, seu peito tremendo com sua voz profunda.

"Natália, ainda digo o mesmo, se estiver destinado a amar sem possuir, eu permanecerei solteiro para sempre."

Ele apertou mais forte, sua voz era profunda e clara, "Me dê um tempo, para resolver tudo, se tiver a sorte de eliminar todos os obstáculos, eu me casarei novamente com você."

Natália apertou os lábios, sua expressão era invisível na escuridão.

Ela falou calmamente, "E eu, agora, ainda não sou digna de estar ao seu lado?"

Fabiano ficou em silêncio por alguns segundos.

"Natália, eu te amo."

Ele disse, "Você está disposta a apostar sua carreira e futuro em mim, a correr para o perigo para me abraçar, isso é a maior sorte da minha vida."

"Não é necessário, durmo muito bem."

Natália se levantou rapidamente, arrumando seu pijama, pegou um cobertor e o jogou sobre ele, virando-se para ir para o quarto principal.

Fabiano a observava de trás, lançando mais uma frase.

"Na primeira gaveta do criado-mudo tem remédio para dormir, uma pílula por vez, faz efeito em quinze minutos."

Natália hesitou por um momento, sem reagir imediatamente.

Quando ela chegou ao quarto, abriu a gaveta e, de fato, viu um frasco de remédio para dormir.

O frasco não era pequeno, e mais da metade das pílulas havia sido consumida.

Parecia que tinham sido usadas.

Seu olhar casualmente captou outros itens na gaveta.

Um acordo de divórcio, um monte de escrituras de propriedade, um relógio feminino Patek Philippe... lá estavam, quietos na gaveta, imóveis.

A garganta de Natália se apertou.

O coração estava tão apertado que ele não conseguia respirar.

Ele passou os anos assim, dia após dia, com essas coisas.

Ele não fugia, não se esquivava, simplesmente deixava ao lado do travesseiro, claramente visíveis, para que toda vez que a insônia o atacasse, pudesse vê-las ao abrir a gaveta.

Ele teria enlouquecido?