Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 568

O rosto de Natália inchou visivelmente até ficar vermelho em questão de segundos.

"Você, você..."

Ela gaguejou, sem saber o que dizer.

Apenas pensar naquela cena já era demais para ela suportar.

"O que há comigo, indecente?"

Fabiano falou por ela, com uma expressão inalterada, sério, sem mostrar nenhum sinal de vergonha.

Um sorriso forçado surgiu nos lábios de Natália, seu pescoço ficou vermelho. "Você sabe..."

"Isso é normal." Fabiano explicou seriamente, "Todos os homens são assim, mesmo que você encontre um que pareça sério por fora, em particular todos eles..."

"Chega, não fale mais."

Natália não aguentou ouvir mais, levantando a mão para cobrir os ouvidos.

Ela não queria ouvir essas palavras escandalosas.

Foi a primeira vez que ela sentiu, não importa quão excelente fosse o homem, todos tinham aquela natureza inferior.

Inata!

Fabiano viu que o humor dela melhorou bastante, até seus lábios pareciam sangrar de tão vermelhos, ele sorriu e encerrou o assunto.

"Ok, não falarei mais."

O tópico era demasiado impactante, e até chegarem ao pé da montanha, Natália ainda não havia se recuperado.

O LandRover parou em um campo plano coberto de grama, e seguindo a direção indicada por Pedro, havia realmente um caminho sinuoso.

Era o caminho que os locais costumavam usar para subir a montanha e coletar ervas, não tão suave quanto uma estrada principal, mas podia economizar metade do tempo.

Natália tinha subido essa trilha desde criança, já estava acostumada.

Como hoje era dia de visitar o túmulo, ambos usavam tênis e roupas esportivas, o que tornava os movimentos bastante convenientes.

Ao longo do caminho, Natália se lembrava de momentos passados.

Ela apresentou a Fabiano cada detalhe de seu passado.

Cada árvore, cada pedra, cada trilha.

Tudo era um caminho que ela havia percorrido inúmeras vezes na infância.

Nascida aqui, crescida aqui.

E então, deixou este lugar.

Essa é a vida de uma criança do campo que sai da montanha através dos estudos.

Cada criança é como uma grama tenaz, contanto que continue crescendo, lutando e escalando, eventualmente se tornará como uma árvore.

"Isso é bom." Fabiano segurou sua mão, entrelaçando seus dedos, "Sinto-me honrado por ter conquistado a árvore mais teimosa desta montanha."

Natália riu da brincadeira, incapaz de resistir em se defender, "Eu não sou teimosa."

"Você também é a árvore mais excelente."

Fabiano não pôde evitar adicionar, com um sorriso contido.

Natália levantou a cabeça, seus olhos brilhando levemente, "Isso é mais razoável."

A família só havia feito isso para Lucas.

Natália trouxe um bolo, colocando-o na frente do túmulo dela.

A criança menos amada é sempre a mais humilde e a que mais tenta agradar.

Dizer isso parece até um pouco masoquista.

Como ela.

"Você acha que eu sou tola por fazer isso?"

Natália ajoelhava-se diante do túmulo, sua voz soava um tanto abafada.

Fabiano inclinou a cabeça, seu olhar escuro e penetrante pousou sobre ela, sério e racional.

"Você apenas sente falta de amor, falta da confiança que vem com o reconhecimento."

"Isso é culpa da família em que você nasceu, não sua."

Natália piscou, segurando as lágrimas de volta. "Obrigada, obrigada por não achar que sou tola."

Fabiano bateu palmas, quebrando a tensão do momento.

"Eu te prometo, nossos filhos nunca sofrerão por causa da família em que nasceram. Eles serão positivos e alegres, crescendo felizes. Melhor ainda, que sejam como você, com um toque de teimosia."

Natália não conseguiu se conter e soltou uma risada.

"Quem disse que eu quero um pequeno teimoso?"

"Ora, que mal há? Mesmo que seja teimoso, eu sei como fazer para que aprenda."