Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 649

Houve um momento em que Gabriel sentiu um zumbido em sua cabeça, pensando ter sido uma alucinação auditiva.

Alguns segundos depois, ele voltou a si, fixando o olhar em Patrícia com intensidade.

"O que você disse agora pouco? Repita."

Patrícia respondeu, "Eu disse, o bebê fica, eu não vou fazer o aborto."

Gabriel ouviu claramente desta vez.

Primeiro veio a excitação, seguida de uma alegria eufórica.

Ele engoliu em seco, querendo ter certeza mais uma vez.

"Você está falando sério? Não está me enganando?"

Patrícia o olhou languidamente. "Se você continuar perguntando, eu posso mudar de ideia."

Gabriel imediatamente se calou, não fazendo mais perguntas.

Quem diria!

Depois de uma fuga de casa, ele não só tinha uma esposa, mas também um filho!

Uma família completa!

Que bênção surpreendente.

Além da emoção, ele estava um pouco grato pela assistência de Fabiano.

A amizade não foi em vão, valera a pena até lavar a louça mais cedo.

Vendo a alegria incontida no rosto do homem à sua frente, cuja beleza educada estava repleta de felicidade, Patrícia sentiu por um segundo que sua decisão também valera a pena.

Ela baixou o olhar, passando suavemente os olhos sobre seu ventre, respirando fundo.

Ela seria mãe em breve.

O que Fabiano havia dito mesmo? Grávidas devem dormir cedo, acordar cedo, manter o humor leve e evitar noitadas.

Ela olhou para o relógio, já era tarde.

"Hora de dormir, você deve ir agora, vou ficar aqui esta noite."

Ela se levantou, preparando-se para voltar ao quarto.

No entanto, Gabriel a seguiu, dizendo em apenas três palavras: "Não vou embora."

"Hm?"

"Como posso ir embora com minha esposa e filho na casa de outra pessoa?"

Foi a primeira vez que ele se referiu a eles tão naturalmente como sua esposa e filho, sua voz carregando um orgulho sutil e um toque de insolência.

"Além disso, sou médico. Se você se sentir mal, posso cuidar de você imediatamente."

Patrícia o olhou languidamente. "Você é cirurgião, não obstetra. Você nem sabe verificar os sinais vitais, como vai cuidar de mim?"

Gabriel enrolou as mangas, sua voz relaxada.

"Você está subestimando a capacidade de aprendizado de um cirurgião."

"O que você quer dizer?"

Antes que Patrícia pudesse terminar, Gabriel já estava a caminho do banheiro.

"Vou tomar um banho, deixe um espaço para mim na cama, vou ficar com você esta noite."

Ele falou tão naturalmente, como se já estivessem casados há oito anos. Patrícia não resistiu em lembrá-lo.

"Gabriel, você não ouviu o que eu disse antes? Só podemos nos casar depois que o bebê nascer."

Gabriel sorriu, sua voz cheia de arrogância.

"Sou da família Costa, todos nós somos saudáveis e fortes. Combinado com os seus excelentes genes do cerrado, como não poderíamos ter este bebê?"

"..."

Patrícia ficou sem palavras.

Até achou que ele tinha razão.

Por outro lado, sob a luz quente do abajur, Natália se apoiava no encosto da cama, segurando um livro sobre educação prenatal, com música suave tocando ao lado.

Ao redor de sua cintura, a mão definida do homem, seus dedos tocando cada ponto dolorido com uma pressão leve e estável.

Após este período de tratamento interno e externo por ele, suas dores nas costas desapareceram e seus antigos problemas de saúde melhoraram muito. Natália se sentia especialmente robusta.

Sua pele estava radiante, cheia de energia.

Ao ouvir isso, os olhos de Natália brilharam.

"Isso é ótimo!" Ela estava muito feliz. "Se Patrícia decidir ficar com o bebê, isso significa que ela refletiu sobre a situação, ela pode reconciliar-se com sua infância, ela vai conseguir superar e começar uma nova vida, certo?"

Fabiano não esperava que ela pensasse dessa maneira.

Ele arqueou uma sobrancelha, um olhar terno em seus olhos. "Provavelmente."

Natália estava feliz, sonhando acordada em seu peito.

"Que maravilha, Patrícia é de uma beleza exótica, quando ela tiver o bebê, quem sabe se parecerá com um bebê mestiço? Então, nosso bebê poderia ser amigo de infância do filho de Patrícia."

Natália, animada, acrescentou: "Podemos até arranjar um casamento infantil."

Fabiano, com um ar indiferente, lembrou-a: "Arranjar casamentos infantis é ilegal."

"Ah, é verdade." Natália se deu conta. "Então, que sejam amigos de infância, daqueles bem próximos."

Fabiano, com um olhar preguiçoso: "Tudo bem, você decide."

Ele a abraçou, como de costume, pegou seu pulso e começou a sentir sua pulsação.

Desde que tiveram o bebê, ele sempre gostava de verificar sua pulsação pela manhã e antes de dormir. Natália até pensava que não precisava mais fazer exames de pré-natal, bastava colocar o pulso nas mãos do marido.

Qualquer movimento do bebê, ele sabia exatamente.

Natália observou seu rosto concentrado, piscou e se aproximou, perguntando:

"Dr. Alves, depois de tantas vezes ouvindo a pulsação, você consegue dizer se é um menino ou uma menina?"

Fabiano baixou os olhos para ela: "Você prefere menino ou menina?"

Natália pensou por um momento, sem hesitar: "Gosto dos dois, cada um com suas particularidades. Meninos são como você, inteligentes, bonitos, excelentes, com emoções estáveis. Meninas... como Giselle, cheias de energia, inteligentes e adoráveis."

"..."

A expressão de Fabiano era de ceticismo.

Sua filha, com os genes de Uriel?

Não era necessário.

Ele suspirou, acariciando o cabelo de Natália: "Que seja como você, isso já seria maravilhoso."