Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 703

Gabriel ficou parado por um momento do outro lado da linha e então riu.

"O que, amaldiçoando o próprio marido?", perguntou ele.

Patrícia, com a guia do cachorro enrolada nas mãos, retrucou, "Só acho que você tem estado estranho ultimamente, fora do comum."

Embora ela não incomodasse Gabriel frequentemente, eles se conheciam há cinco anos.

Patrícia sabia exatamente como Gabriel era normalmente.

Concordando com ela, Gabriel disse, "Pois é, você viu como o Fabiano tem me pressionado ultimamente? Estou trabalhando tanto que virei praticamente um escravo corporativo, até a minha Pati percebeu."

Patrícia abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada.

Então, veio um breve som de batida na porta, seguido pela voz de uma mulher.

"Dr. Costa, está na hora do seu retorno..."

Gabriel interrompeu-a imediatamente, "Certo, já vou."

Ele disse ao telefone com uma voz suave, "Tenho outra coisa aqui, te ligo mais tarde, tudo bem se eu desligar agora?"

Patrícia, com sua audição aguçada, pegou algumas palavras-chave e perguntou cautelosamente.

"Retorno de quê? O que aconteceu com você?"

Gabriel disse de forma relaxada, "Não é nada, você ouviu errado, é uma revisão de projeto. Tudo bem, preciso ir agora, te ligo amanhã, pode ser?"

Ouvindo sua voz distraída, parecia que ele realmente estava ocupado.

Patrícia não queria segurá-lo por mais tempo, então disse desanimada, "Tudo bem, vá em frente."

"Você desliga primeiro", disse Gabriel.

Patrícia ficou confusa, "Hã?"

"Tenho medo que você fique chateada."

"..."

Esse homem!

Ela respirou fundo e decidiu tomar a iniciativa de encerrar a chamada, cortando a ligação com Gabriel.

Depois de guardar o celular e sair do aplicativo, a expressão no rosto de Patrícia escureceu consideravelmente.

Ela tinha ouvido muito claramente.

A voz do outro lado da linha tinha falado claramente em retorno, não em revisão de projeto.

Ela pausou por um momento, então reabriu seus contatos e discou diretamente para Fabiano.

Não demorou muito para ele atender.

"Olá, sou Patrícia." Ela foi direta, "Onde exatamente está o Gabriel, o que ele está fazendo?"

Houve um breve silêncio do outro lado, antes da voz moderada de Fabiano chegar claramente.

"É confidencial, não posso dizer."

"Mesmo eu não posso saber?" Patrícia perguntou.

"Sim, mesmo você."

Patrícia fechou os olhos, tentando se acalmar enquanto pensava rapidamente, e decidiu mudar de assunto.

Depois de desligar o telefone, ela ainda se sentia pesada, como se algo estivesse prestes a acontecer.

Ela pegou Branco pela guia e voltou para casa juntos.

...

Do outro lado, no quarto do hospital.

Gabriel teve três tubos de sangue coletados, a enfermeira pressionou um algodão no local e deu algumas instruções antes de finalmente sair empurrando o carrinho.

A porta se fechou atrás dela num instante.

Ele se dobrou bruscamente, começando a tossir violentamente.

A tosse era tão intensa que parecia que suas entranhas seriam expelidas, um sabor metálico e doce surgia em sua garganta, espirrando para fora.

Gabriel apressadamente cobriu com a mão, cuspindo um líquido morno.

O gosto de ferrugem em sua boca anunciava que o que manchava suas mãos era sangue; ele havia cuspido sangue novamente.

Gabriel pausou por um momento, tirou um lenço umedecido com álcool do criado-mudo, limpou suas mãos cuidadosamente e depois jogou no lixo.

O quarto do hospital estava imerso em branco, com um forte cheiro de desinfetante permeando o ar.

Ele tocou o braço sob o uniforme hospitalar, cada veia estava dilacerada.

Assim como a fase da sua vida, balançando perigosamente à beira da extinção.

Gabriel fechou os olhos, apertando o celular em sua mão.

Se não pudesse viver... será que ele deveria começar a se preparar antecipadamente?