Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 715

As mulheres sempre são um pouco tolas.

Foi o que Gabriel pensou.

Uma vez que entregavam o coração, pareciam conformar-se com o destino.

Como agora, por exemplo, com a chuva caindo lá fora, incessante, e Patrícia sentada ao lado de sua cama, sem ter saído por muito tempo.

O quarto do hospital estava tranquilo, sem interrupções, com uma luz suave e amarelada, enquanto a mão de Gabriel acariciava o ventre dela, sentindo cada detalhe.

O abdômen dela já estava ligeiramente protuberante, não tão plano quanto antes.

Esse leve calor da protuberância era a união do sangue dele e dela.

Era tão macio que amolecia o coração dele também.

“Ding ding ding—”

O alarme do celular soou novamente, acompanhado pela voz de uma inteligência artificial.

“São 9 da noite, hora de ligar para a Pati...”

Patrícia hesitou por um momento, virando-se para olhá-lo, com um lampejo de complexidade em seus olhos.

Então, todas aquelas ligações noturnas de segurança eram resultado de alarmes configurados, uma perfeição que não deixava espaço para falhas.

Gabriel esticou o braço por cima dela, encontrando o celular no criado-mudo com facilidade, e então desligou o alarme.

Um sorriso ligeiro apareceu em seus lábios, parecendo bastante satisfeito.

Patrícia segurou sua mão, dizendo: “Quando puder, ligue para sua família, sua tia está preocupada com você.”

Gabriel sorriu: “Não se preocupe, eu já organizei tudo. Minha mãe é muito desconfiada, não tão fácil de enganar quanto você.”

Patrícia: “?”

Então ela deveria ser enganada?

Gabriel percebeu que havia dito algo errado e a puxou para perto, rindo baixinho.

“Mas nossa Pati também é muito inteligente, superou minhas expectativas.”

Patrícia virou o rosto para olhá-lo, perguntando sombriamente: “Gabriel, se eu não estivesse atenta a isso, você continuaria me enganando até um de nós morrer sem que eu soubesse?”

Gabriel sentiu a dor da questão, um tanto culpado.

“Não é nada de que me orgulhar. Você está grávida e ocupada com o trabalho, já é difícil para você sozinha, como poderia eu fazer você se preocupar ainda mais? Isso me faria parecer inútil, até mesmo um peso.”

“Errado, o casamento é sobre ser honesto um com o outro, não sobre manter segredos.”

Patrícia o corrigiu: “Autoengano não tem valor algum. Sua futura esposa sou eu, sua família sou eu. Mesmo em uma emergência, ou numa situação de vida ou morte, quem tem que assinar sou eu!”

No meio do caminho, Patrícia recebeu uma ligação de um número desconhecido, com uma voz séria e ligeiramente apressada do outro lado.

“Olá, é a Srta. Patrícia? Sua amiga Leonor foi gravemente ferida devido a violência doméstica, está inconsciente e sendo urgentemente atendida no Grupo Paz, unidade dois. Não conseguimos contactar a família dela, só encontramos seu número. Você pode vir?”

Violência doméstica?

A expressão de Patrícia escureceu instantaneamente.

“Sim, estou a caminho.”

Ela desligou o telefone e imediatamente falou: “Bruno, vire à frente, vamos para o departamento de emergência do Grupo Paz, unidade dois.”

Bruno, sem saber da situação, ainda assim assentiu, rapidamente mudando de direção.

O carro voava pela estrada.

Quando Patrícia chegou à sala de emergência e seguiu o pessoal médico até a sala de cirurgia, ela chegou bem a tempo de ver Leonor sendo levada para fora.

Ela jazia quietamente na cama, com os olhos firmemente fechados.

Um cobertor branco cobria todo o seu corpo, deixando apenas o rosto à mostra.

Mas aquele rosto... estava inchado, contundido, de cor roxa e misturado com marcas de sangue. Era insuportável olhar para ela.

A mente de Patrícia explodiu com um "zumbido".