Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 733

Essas palavras foram tão súbitas.

Caíram como um zumbido nos ouvidos de Gabriel.

Por estar cego, sua audição era excepcionalmente sensível; e devido a essa sensibilidade, cada palavra se juntava, fazendo seu sangue correr em reverso, ensurdecendo-o.

Ele apertou os dedos, podendo tocar o frio anel de compromisso no dedo anular dela, pressionado firmemente contra o seu.

“Bip-bip — bip-bip —”

A frequência do eletrocardiograma acelerava continuamente, o som do aparelho ecoava no ar.

Vendo que Gabriel permanecia em silêncio por um longo tempo, Patrícia franzia a testa.

“Você não vai aceitar?”

Ela até queria dizer, se ele não aceitasse, ela sairia imediatamente para procurar Hugo, para enfurecer esse homem desprezível.

Gabriel apertou a mão dela, sua voz carregada de remorso e solidão.

“Pati, pedir em casamento deveria ser minha responsabilidade, não a sua.”

Patrícia deu uma risada fria: “Esqueça.”

Ela falou melancolicamente: “Além de não querer filhos, fazer um testamento, o que mais você sabe fazer?”

Gabriel sentiu-se muito culpado.

Sua voz era baixa, ainda mais culpada: “Desculpe.”

Patrícia: “Eu não preciso de desculpas, só preciso que você se trate bem e viva bem. Eu já peguei a sua Certidão de Registro de Domicílio com a tia, esse documento já está comigo.”

Patrícia o observava, sua voz incrivelmente calma e clara.

“Pedido de casamento, anel, filhos, eu preparei tudo. Tudo que é necessário para o casamento eu vou organizar, e pelo resto da nossa vida, só vou te reconhecer como meu.”

Ela baixou a cabeça, apertou a mão dele, e disse seriamente:

“Gabriel, eu quero me casar com você.”

“Bip-bip — bip-bip —”

A frequência do eletrocardiograma acelerava ainda mais, como fogos de artifício celebrando estrondosamente.

Patrícia esperou alguns segundos, sem ouvi-lo falar, beliscou-o levemente.

“E você?”

Gabriel pronunciou quatro palavras: “Eu quero te beijar.”

*

Lá embaixo.

A reunião prosseguia a todo vapor, durando uma hora até chegar ao fim.

Como era uma cooperação em que ambas as partes saíam ganhando, um acordo agradável foi alcançado.

Saindo da sala de reunião, Hugo ainda mantinha um sorriso educado e profissional no rosto. Ele caminhava ao lado de Fabiano, perguntando casualmente:

“Falando nisso, faz tempo que não vejo o Sr. Costa, a doença dele ainda não melhorou?”

Fabiano: “Por enquanto ainda está vivo, ele está aqui em cima, se o Sr. Azevedo se importa, seja bem-vindo para visitá-lo.”

Hugo mantinha distância: “Melhor não.”

Ele não estava tão preocupado com Gabriel, era mais por curiosidade.

Desde que não morra, está tudo bem.

Mesmo que morra, não importa.

Os dois conversavam até chegarem ao elevador, Hugo entrou sem dizer mais nada, despedindo-se de Fabiano, e logo desapareceu no 9º andar.

Fabiano, após despedir-se, virou-se para voltar.

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