Desejo Ardente: Viciado Nela romance Capítulo 854

Quando seus olhares se encontraram, o homem hesitou por um momento, parecendo não reagir de imediato.

Ele vestia um terno preto, camisa branca, com o colarinho limpo e arrumado, complementado por uma gravata escura.

Seu rosto era distinto e nítido, com um leve cansaço e fragilidade quase imperceptíveis.

"O filho voltou."

Gina esperou que ele trocasse de sapatos e então, com entusiasmo, apresentou: "Sua nora... Noémia chegou cedo para te procurar, não viu a mensagem que te enviei?"

Hugo, instintivamente, pegou o celular e o ligou: "Desligou por falta de bateria."

Após trocar de sapatos, ele caminhou em direção ao sofá, dando ordens à empregada sem olhar para trás.

"Gilda, tem um bolo sem açúcar na geladeira, pode levar ao meu quarto?"

"Ah, claro."

A empregada foi buscar o bolo.

Hugo parou diante de Noémia, inclinou-se levemente, e com dedos ágeis serviu mais chá para ela.

"Veio me procurar." Sua voz era suave, com um tom rouco de quem está se recuperando de uma febre, "Algum problema?"

O olhar de Noémia desceu para a mão dele, onde uma veia proeminente era coberta por um curativo branco, marca de uma agulhada recente.

Ela disse: "Soube que você estava resfriado, vim ver como você está."

"Veio me visitar." Hugo compreendeu.

Noémia assentiu: "Sim."

Depois de vê-la terminar o chá, e a empregada levar o bolo para o quarto, Hugo não ofereceu mais chá e se levantou.

"Vamos, suba para ver."

"Ah?" Noémia levou dois segundos para entender o que ele queria dizer.

Ela estava prestes a dizer que precisava ir embora, mas Hugo já estava subindo as escadas, sem lhe dar a chance de recusar.

Além disso... agora que o via pessoalmente, ela realmente não queria ir embora.

Noémia deu um passo, pegou sua caixa de ninho de andorinha e dois pacotes de bolinhos de tâmara e gengibre da outra extremidade da mesa de centro, e silenciosamente seguiu-o escada acima.

"Tia, pode assistir à sua novela, vou visitar o doente."

Gina sorriu satisfeita: "Vá, vá."

Seguindo os passos de Hugo, Noémia pôde ver as costas retas e a postura correta dele, que, junto com o terno bem ajustado, destacava-se com uma aura de negócios.

Noémia desviou o olhar para o pescoço levemente avermelhado dele, sem jeito.

"A temperatura caiu repentinamente na montanha aquele dia, estava ainda frio pela manhã, sua gripe repentina foi culpa minha, vim me desculpar."

Ela disse, balançando levemente os itens em sua mão.

Hugo não olhou para as coisas que ela trouxe, apenas fixou o olhar nela, sem dizer uma palavra.

"O que foi, não gostou?"

Noémia olhou para cima, colidindo com seus olhos profundos e límpidos, e ele continuou em silêncio.

"Não me diga que a febre ainda não passou, e você está delirando?"

Noémia murmurou para si mesma, levantando a mão para tocar sua testa e checar a temperatura.

"Você..."

"Veja, está quente?"