Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1598

Percebendo que as duas crianças começavam a se cansar, Cecilia rapidamente chamou a governanta para levá-las para a cama.

Ela então gentilmente pegou a mão de Eduardo. “Edu, vamos ver se o papai voltou.”

“Tudo bem”, disse ele, com alívio evidente em sua voz quando finalmente conseguiu escapar de seu tio.

Nicholas os observou passar, com seu olhar demorando por um momento. Sua expressão era ilegível, uma mistura de pensamentos girando atrás de seus olhos.

Naquele momento, Elena desceu do andar de cima. Ao ver o filho, ela pareceu surpresa. “O que o traz aqui hoje? Já ouviu falar sobre a situação de Daniela? Ela ainda está na UTI. Você deve tentar visitá-la quando tiver tempo.”

Embora Elena soubesse que Daniela não era sua neta biológica, sentiu uma obrigação, pois já havia compartilhado uma casa com a garota. Ela não queria parecer muito distante ou fria.

Nicholas rapidamente recuperou a compostura, com seu sorriso escorregando para algo mais frio. “Mãe, não teremos mais laços com Cassandra ou sua filha. Não vou visitá-la.”

Elena fez uma pausa, pega de surpresa por suas palavras contundentes. “Mas…”

O tom de Nicholas ficou mais nítido, com seu olhar se tornando severo. “Quando você se tornou tão coração mole? Se isso fosse no passado, você nunca teria me permitido visitar uma criança ilegítima, teria?”

A frase “filho ilegítimo” atingiu um ponto frio no peito de Elena. Era como se as próprias palavras tivessem congelado o ar ao seu redor.

Ela sabia que, no fundo, em sua juventude, sua reação teria sido muito diferente. Se soubesse da situação de Cassandra, ela a teria expulsado sem hesitação, garantindo que a menina pagasse um preço alto. Mas agora, com a idade, sua perspectiva havia mudado. Ela havia se suavizado e não tinha certeza se isso era para melhor ou para pior.

“Esqueça. Se não quer, então não o faça.” Elena suspirou baixinho, tentando afastar a tensão. “A propósito, o que o traz aqui hoje?”

Nicholas sorriu fracamente, mas suas palavras carregavam um sarcasmo. “Não é nada sério. Só voltei para uma refeição. Isso é permitido, não é?”

O coração de Elena se apertou. Ela não conseguia compreender como seu filho, uma vez obediente, gentil e sensato, se transformou em alguém tão distante e de língua afiada. Houve um tempo em que ela considerava Nathaniel o rebelde. Agora, parecia que Nicholas havia assumido esse papel, e muito mais desafiadoramente.

“Bobagem”, disse Elena, forçando um sorriso caloroso e dando um passo à frente. “Fico sempre feliz quando você volta para casa. Venha aqui, deixe-me abraçá-lo.”

Os lábios de Nathaniel se curvaram em um sorriso inconsciente. “Vamos, é hora do jantar.”

“Tudo bem”, respondeu Cecilia, finalmente soltando um suspiro que ela não tinha percebido que estava segurando. Seguindo os passos firmes de Nathaniel, ela percebeu que, mesmo com Nicholas por perto, não sentia mais a mesma apreensão de antes.

Ao se aproximarem da sala de jantar, a voz de Elena gritou calorosamente: “Nathaniel está de volta. Está quase na hora do jantar!”

Nicholas já estava lá. Ele se levantou e arrumou as cadeiras para Cecilia e Eduardo. “Sentem-se”, disse ele.

Cecilia olhou para o companheiro, esperando que ele se sentasse primeiro antes de se sentar silenciosamente ao seu lado.

Eduardo, sempre a criança obediente, se acomodou ao lado dela sem dizer uma palavra.

Do outro lado da mesa, Nicholas calmamente se sentou em frente a Cecilia, com seu olhar firme, mas ilegível.