Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1825

Nathaniel não sabia como responder, nem era fácil pra ele fazer isso.

Antes que pudesse falar, Cecilia continuou: “Me ignora. Tô falando besteira.”

Ela deu um sorriso amargo. “Sabe? Na verdade, eu não tenho medo da morte. Mas o que me apavora, o que realmente me assusta, é a ideia de perder as pessoas que amo.”

Primeiro, foi o pai dela, depois a Martha, e agora, sua mãe, cuja saúde estava piorando.

Muitos dos sonhos de Cecilia traziam pessoas que já tinham partido. Toda vez que acordava, seu rosto estava molhado de lágrimas.

Nathaniel a abraçou suavemente.

“Não pensa demais. Todos nós vamos nos separar, um dia. Mas, algum dia, vamos todos nos encontrar de novo no mesmo lugar.”

A voz de Cecilia ficou rouca. “Sério?”

“Sim.” O homem de antes nunca teria dito algo assim, mas naquele momento disse, e nem sabia por quê.

Ele estava acostumado com a vida e a morte, achando que não tinham grande importância. Mas, vendo Cecilia de coração partido, não conseguia ficar indiferente.

Havia outras pessoas por perto, e a moça não queria ser vista. Ela se soltou do abraço de Nathaniel e fingiu que nada tinha acontecido. “Você tá certo. Não devo ficar tão chateada. Afinal, todos nós vamos morrer um dia.”

Quando disse essas palavras, havia um tom de desolação fora do comum em sua voz.

Quando a comida ficou pronta, Nathaniel pegou o pedido, e os dois voltaram juntos pro hospital.

Na entrada da ala do hospital, Zacarias os viu se aproximando. Não pôde evitar dizer a Cecilia: “Não fica tão triste. Vida e morte é tão fora do nosso controle.”

A moça assentiu. “Sim, eu entendo.”

“Pode ficar tranquila, vou garantir que a Sra. Quésia receba o melhor tratamento. Não vou deixa-la sofrer muito.”

Cecilia continuou assentindo.

“A cirurgia amanhã?”, Zacarias perguntou novamente.

Cecilia inicialmente quis recusar, mas Quésia, que estava dentro do quarto, ouviu a conversa e chamou: “Cecilia.”

Por um momento, a moça não respondeu a Zacarias. Em vez disso, entrou no quarto primeiro. “Mãe. Que foi?”

“Pode marcar a cirurgia amanhã como planejado. Tô bem de verdade.”

“Assim que é melhor. Comer na hora certa é importante, senão vocês vão acabar com o estômago”, a mulher sorriu com carinho. “Tô me sentindo bem melhor agora depois de comer. Não tô sentindo dor nenhuma.”

Cecilia entendia que ela só estava tentando tranquilizá-la, então assentiu. “Que bom então.”

“Quando eu melhorar, vou cozinhar algo bem gostoso pra vocês”, Quésia acrescentou.

Cecilia continuou assentindo.

À noite, sob o olhar atento de Quésia, a moça comeu sua comida com vontade.

Juliana fez o mesmo. As duas estavam preocupadas que a mulher mais velha pudesse ficar chateada, com medo de que pensasse demais.

Talvez por causa do desconforto insuportável, depois do jantar, Cecilia foi ao banheiro e vomitou tudo o que tinha comido.

Talvez fosse isso que acontecia com uma pessoa quando a tristeza chegava ao limite.

Olhando seu reflexo no espelho, não sabia o que dizer.

Apesar de conhecer Quésia há pouco tempo, podia-se dizer que o vínculo emocional entre elas era pequeno. Por isso, não entendia por que estava tão abalada.