Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 1869

Só então ela percebeu: ainda era horário do expediente.

Ela rapidamente completou o pedido e se virou para Yago com um olhar de desculpas. “Tenho que voltar para o escritório.”

Yago a olhou com sua expressão exageradamente triste. “Você realmente vai me deixar aqui sozinho? O médico disse que preciso ser observado por pelo menos dois ou três dias. E se houver alguma lesão interna oculta?”

Jaqueline hesitou, com culpa surgindo em seu rosto. “Passarei aqui logo depois do trabalho, prometo.”

“Mas quem vai cuidar de mim?”, perguntou Yago, com sua voz propositalmente lamentável.

Jaqueline pensou por um momento e disse gentilmente: “Não se preocupe. Vou tirar alguns dias de folga depois e ficar com você.”

Yago parecia satisfeito com sua resposta. Ainda assim, ele hesitou antes de perguntar: “Nicholas não vai criticá-la por isso, não é?”

Ela balançou a cabeça. “Acho que não. Nunca tirei licença antes e, além disso, um acidente de carro não é um problema pequeno. Tenho que cuidar de você.”

Ela já havia decidido pedir uma folga. Yago era seu noivo, a pessoa mais próxima a ela, perdendo apenas para sua família.

“Você é a melhor”, disse ele sinceramente, com seu tom cheio de gratidão.

Suas palavras deixaram Jaqueline inexplicavelmente nervosa. Ela rapidamente se levantou. “Sua comida deve ser entregue em breve. Vou para o escritório agora para pedir uma licença e volto mais tarde.”

“Tudo bem”, assentiu Yago, ansioso. Mas assim que Jaqueline saiu do quarto, o sorriso lentamente desapareceu de seu rosto.

Ele olhou para o telefone ainda zumbindo em sua mão. Desbloqueando a tela, ele leu a mensagem de um de seus subordinados: “Este incidente pode estar ligado a Nicholas. Descobrimos que o motorista teve contato frequente com ele no passado.”

Nicholas...

Yago repetiu silenciosamente o nome em sua mente.

No início, ele presumiu que alguém da família Reese estava por trás do acidente.

Mas, para sua surpresa, foi Nicholas.

Qual é o problema dele? Até onde eu sei, não há ressentimento entre nós. Por que ele se esforçaria para me machucar?

Claro. Ele nunca deixaria rastros.

Jaqueline costumava pensar nele como um homem razoável. Mas, ultimamente, não conseguia entender o que havia de errado com ele. Até mesmo algo tão simples como pedir um dia de folga agora parecia como pisar em ovos.

“Se acha que estou tirando muitos dias de folga, posso me demitir”, disse Jaqueline, com cada palavra nítida e decidida.

Nicholas não esperava que ela propusesse sair pelo bem de Yago. Um lampejo de surpresa cruzou seus olhos, e a caneta em sua mão foi apertada inconscientemente.

“Você trabalha comigo há anos. Como eu poderia pensar que você está tirando muitas folgas?” Sua voz estava composta, quase calma demais. “Honestamente, mesmo que não pedisse minha permissão, estaria tudo bem.”

Jaqueline assentiu. “Obrigada.”

“Não há necessidade de me agradecer”, disse Nicholas, com um sorriso educado. “Espero que seu noivo se recupere rapidamente.”

Jaqueline devolveu o sorriso com um aceno de cabeça, depois se virou e saiu sem hesitar.

No momento em que a porta se fechou, uma barulho de rachadura ecoou na sala silenciosa — a caneta na mão de Nicholas se partiu em duas.