Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 2048

“Fique com isso”, repetiu Nicholas, com a voz cortante, sem espaço para recusa.

Ainda assim, Jaqueline permaneceu imóvel, teimosa como pedra, com as mãos cruzadas no colo.

Nicholas exalou, silenciosamente frustrado. “Não consegue me ouvir, só desta vez?”

Com os olhos baixos, ela disse: “Não fiz nada por você. Quando pedi demissão, você já havia me pago a mais. Não posso aceitar isso.”

As palavras pairaram entre eles, e o silêncio se alongou e se aprofundou, até que até o relógio pareceu se calar diante daquele clima.

Nicholas ergueu a xícara novamente e, quase contra sua vontade, perguntou: “E se algo acontecesse comigo?”

“Hã?” Jaqueline ergueu a cabeça, surpresa. “Do que está falando?”

“Não entre em pânico”, disse ele, escolhendo cada palavra com cuidado. “Quero dizer hipoteticamente. Se eu me for, não terei amigos de verdade, apenas você. Não posso deixar uma parte do meu dinheiro para você?”

O medo cutucou as bordas de sua compostura. “Não diga isso, Sr. Nicholas. Nada vai acontecer. Você tem família e, com o tempo, terá muitos amigos.”

Ele balançou a cabeça levemente. “Não... As pessoas acham que sou fácil de lidar, mas sei que a maioria delas não se importa comigo”, confessou, com a decepção tingindo sua voz.

Vê-lo assim apenas aprofundou sua preocupação, uma dor silenciosa e protetora encheu seu peito.

A coragem de Jaqueline vacilou quando seus olhares se cruzaram. Seus dedos se entrelaçaram sob a borda da toalha de linho e, ao finalmente falar, sua voz mal ultrapassava o sussurro de uma chama de vela. “Sr. Nicholas...”

Ele percebeu o tremor em seu tom, ciente de que o ar entre eles se havia se tornado demasiado solene, ele ofereceu uma risada leve que nunca alcançou completamente seus olhos. “Tudo bem, era só uma brincadeira. Vamos considerar assim: deixarei o dinheiro sob seus cuidados. Você cuidará dele por mim, pode ser?”

O pedido estava envolto em gentileza, mas o peso da confiança dele não deixou espaço para recusa, e ela sentiu sua última linha de fuga desmoronar silenciosamente.

“Está bem”, murmurou, erguendo o queixo em um pequeno aceno resoluto tentando, e falhando pela metade, mascarar a confusão de emoções por trás da calma resposta.

Um a um, os pratos começaram a chegar tampas de porcelana se erguendo para liberar fios de vapor perfumado que subiam como uma coreografia lenta, preenchendo o espaço privado com o suave murmúrio do caldo fervente.

Nicholas guiou um pedaço de robalo salteado para o prato dela, falando com uma gentileza tão casual que quase parecia ensaiada. “Coma enquanto está quente. Não faço ideia do que você gosta, então pedi um pouco de tudo.”

Era a primeira vez que alguém a servia com tamanha atenção. Assustada e tímida, Jaqueline corou. “Está tudo bem, como qualquer coisa”, confessou com as palavras tropeçando em um pequeno sorriso incrédulo.

No meio de passar outro pedaço com os talheres, Nicholas mudou de assunto, num tom casual, mas curioso. “Yago tem te levado para sair muito esses dias?”

Jaqueline piscou diante da pergunta repentina e assentiu rapidamente, com honestidade: “Hurum. Saímos para jantar com frequência.”

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