Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 23

Ela estava apavorada, segurando o abdômen de maneira protetora.

Não sabia quanto tempo havia passado até que tudo finalmente parasse.

“Cecilia, não me deixe irritado”, a respiração de Nathaniel estava pesada.

A moça mal conseguia ouvir suas palavras.

Seus olhos estavam vazios. “Você não disse que nunca me tocaria? Então, o que foi isso agora?”

Ela enterrou o rosto no travesseiro. Nathaniel não percebeu o quão pálida ela havia ficado.

Cecilia continuou: “Sua amante sabe o que você fez? Se soubesse, aposto que ficaria furiosa.”

Ela, um dia, achou que Nathaniel era frio e ao mesmo tempo apaixonado.

Agora, apenas o achava insuportável...

Quando mencionou a amante, Nathaniel sabia que ela estava se referindo a Stella.

“Você pensou nisso quando estava com o Cícero?”

Suas palavras eram afiadas como uma lâmina, indo direto ao coração dela.

Nathaniel nunca cedia por nenhuma mulher, especialmente por Cecilia.

Sem qualquer restrição, zombou: “Olhando o quão magra você está, é difícil acreditar que algum homem te queira.”

Enquanto falava, ele já havia se vestido.

Os ouvidos de Cecilia zumbiam, e podia sentir algo escorrendo de seu corpo.

Antes de Nathaniel sair, não pôde deixar de perguntar: “Sr. Rainsworth, se eu morresse, você ficaria triste?”

Morrer?

Nathaniel achou aquilo risível.

Ele não respondeu, apenas disse: “Volte para a Vila Daltonia amanhã.”

Cecilia não ouviu suas palavras.

Depois que Nathaniel foi embora, puxou o cobertor e viu que suas pernas estavam cobertas de sangue.

O homem não tinha ideia de que, pouco depois de sair, o som da sirene de uma ambulância ecoou do lado de fora.

No dia seguinte, no hospital, Cecilia estava deitada na cama com Cícero cuidando dela.

Se não tivesse sido levada ao hospital a tempo na noite passada, poderia ter perdido o bebê.

Depois desse incidente, Cecilia estava mais decidida do que nunca a deixar Nathaniel.

Ding!

A moça pegou o celular e viu uma mensagem de Paula, que havia fugido para o exterior.

Quantas injustiças e sofrimentos ela suportou todos esses anos? Por que ainda pisa em ovos, mesmo ao redor de um velho amigo?

Na Vila Daltonia, Nathaniel voltou para casa logo depois do trabalho naquele dia.

Ele pensou que Cecilia já estaria calma.

Quando abriu a porta, o hall escuro e silencioso o envolveu instantaneamente.

Os olhos de Nathaniel se tornaram sombrios.

Instintivamente, pegou o celular e verificou. Havia apenas mensagens relacionadas ao trabalho, nada mais.

Sentindo-se irritado, entrou, puxando a gravata enquanto se sentava no sofá.

Por algum motivo, sua cabeça começou a doer.

Reclinando-se na cadeira, esfregou as têmporas. Assim que fechou os olhos, a imagem do rosto sereno de Cecilia apareceu diante dele.

Serena não significava submissa. Pelo contrário, a beleza da moça era impressionante.

Nathaniel ainda se lembrava da primeira vez que a viu. Ela usava o cabelo preso em um rabo de cavalo e sorria timidamente, mas seus olhos eram tão brilhantes e cativantes.

Mas depois disso... franziu o cenho, percebeu que, desde que Cecilia se casou com ele, nunca mais sorriu...

O toque do telefone interrompeu seus pensamentos.

Nathaniel atendeu a ligação, era seu amigo, Zacarias.

“Algo aconteceu com a Cecilia.”