Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 235

As sobrancelhas de Nathaniel se franziram levemente enquanto estudava Cecília. “Não é isso que você queria?”, perguntou, genuinamente perplexo com sua reação.

Além disso, realmente não conseguia entender por que a moça havia retornado ao país, a não ser para reivindicar o que era seu por direito.

Cecília ficou surpresa com suas palavras.

“Depois de todos esses anos, qualquer ressentimento já deveria ter sido ventilado. Assine os papéis, não vamos ficar nos apegando ao passado”, Nathaniel acrescentou, sua voz calma e quase desprezível.

Ao ouvir essas palavras, Cecília achou o comportamento do homem estranhamente engraçado. Eles haviam chegado a esse ponto, esse ponto doloroso e angustiante e ainda assim, ele parecia acreditar que simplesmente devolver os ativos da família Smith apagaria o passado.

Sem dizer uma palavra, a moça apertou o contrato em sua mão e caminhou até o triturador ao lado da sala. Sem hesitar, alimentou o contrato nele, observando enquanto os papéis se transformavam em um monte de pedaços triturados.

“Estou te dizendo isso com toda a seriedade”, disse ela, sua voz firme e resoluta: “Não se trata de abandonar o passado. Eu simplesmente não quero mais estar com você.”

Mesmo tendo desistido claramente, ainda precisava manter a aparência. Mas fingir por mais tempo, fingir que tudo poderia de alguma forma ser consertado, era apenas exaustivo demais.

Naquele momento, Cecília sentiu uma necessidade desesperada de levar Eduardo embora, de desaparecer para sempre de Tudela e escapar desse ciclo distorcido de manipulação e controle.

Marcelo, que estava quieto ao lado, estava visivelmente atônito com as ações da moça. Ele não se atreveu a ficar na sala por mais tempo e saiu rapidamente do escritório, fechando a porta atrás de si para dar privacidade a eles.

Nathaniel inicialmente pensou que, ao devolver generosamente os ativos da família Smith, Cecília ficaria indubitavelmente radiante e grata, logo esperava um momento de reconciliação, talvez até um afrouxamento de seu coração em relação a ele.

Mas não esperava que acabasse assim.

Seus olhos, profundos e agora cheios de escárnio gelado, se fixaram nos de Cecília enquanto a desafiava: “Diga isso de novo!”

Cecília encontrou seu olhar sem piscar. “Não importa o que aconteça, tudo é a mesma coisa agora. Ainda faltam onze dias.” Ela fez uma pausa por um momento, sua voz ficando mais fria. “Em onze dias, espero que você possa cumprir sua promessa.”

Aquela promessa era deixá-los ir finalmente libertá-los.

Toda a paciência de Nathaniel havia evaporado completamente naquele momento. Sua voz estava impregnada de raiva e frustração enquanto retrucava: “Ótimo, simplesmente ótimo!”

Ele se aproximou de Cecília, sua presença opressora enquanto a encurralava. Sem aviso, a levantou em seus braços, seu aperto firme e inabalável.

“Já que só temos onze dias restantes, posso aproveitar nossos momentos finais como um casal?”, sussurrou, seu tom escorrendo com uma fúria fria.

Cecília se viu suspensa no ar, toda a sua existência dependendo dele para não cair, assim lutou contra o homem, sua voz tremendo enquanto protestava: “Estamos no escritório!”

Ela realmente está tão enojada comigo?

“Sr. Rainsworth, estes são os documentos que precisavam da sua assinatura recentemente”, Marcelo disse.

“Deixe aqui”, Nathaniel respondeu de forma brusca, sua paciência esgotada.

Antes de sair, Marcelo hesitou, olhando na direção do banheiro. “Sr. Rainsworth, pode ser que sua abordagem não esteja muito certa? Talvez você devesse contar à Sra. Smith que já está no processo de reconstruir a sede da Corporação Smith?”

Derrubar e reconstruir a sede da família Smith, parecia que Nathaniel era a única pessoa no mundo que acreditava que tais gestos grandiosos poderiam consertar as profundas fissuras emocionais entre eles.

Mas quem poderia culpá-lo por pensar assim? Ele tinha os recursos, o poder, a riqueza. Queria reconquistar o coração de Cecília, mas simplesmente não sabia como se expressar de outra maneira a não ser por meio da dominação e controle.

Enquanto refletia sobre o olhar desdenhoso nos olhos da moça mais cedo, e o som dela vomitando, sua frustração atingiu o ponto de ebulição.

“Cale a boca! Saia!”, gritou.

“Certo”, Marcelo respondeu rapidamente, saindo da sala sem dizer mais nada.

Depois que o assistente saiu, o som da água corrente no banheiro cessou. Um momento depois, Cecília emergiu, seu rosto pálido, os olhos ainda vermelhos do esforço de vomitar.