Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 315

Cecilia não fazia ideia de que sua mãe biológica, Paula, havia feito uma viagem especial a Sparaville naquele dia. Tampouco sabia que ela a viu morar em uma casa degradada e foi embora sem fazer contato.

A razão da mais velha para voltar não era por preocupação ou amor, mas pelos oito bilhões em posse de Nelson.

Alguns dias antes, ela havia recebido uma ligação de Stella enquanto ainda estava no exterior. A Ross a informou que a jovem estava viva e de volta a Tudela, até colaborando com a Corporação Orion.

Chocada e intrigada, Paula voltou para sua terra natal. Ela esperava encontrar uma Cecilia mudada, talvez até próspera. Ao invés disso, a encontrou envolvida em uma lamentável batalha legal pelo divórcio com Nathaniel, vivendo em uma casa em ruínas, agarrada a um relacionamento próximo com uma babá.

Desapontada e desdenhosa, Paula instruiu o motorista a voltar para Tudela.

No caminho de volta, ela ligou para o filho, Matheus. “Vi Cecilia hoje”, disse ela, com sua voz fria. “Não há como os oito bilhões pertencerem a ela. Você deve encontrar uma maneira de garantir esse dinheiro.”

Se ela tivesse tanto dinheiro, por que estaria morando em um lugar como este?

Matheus, igualmente determinado, respondeu: “Não se preocupe, mãe.”

Após uma breve pausa, ele perguntou: “Quando Cecilia te viu, disse alguma coisa? Ela sabe o que aconteceu entre minha irmã e meu pai?”

A “irmã” a que Matheus se referia não era a Smith.

“Claro que ela não sabe”, respondeu Paula, com desdém. “Eu não deixaria Cassandra saber que ela tem uma irmãzinha tão inútil.”

Cecilia podia não estar vivendo no luxo, mas estava longe do estado lamentável que ela imaginava.

Ao longo dos anos, a jovem compôs inúmeras melodias, ganhando uma renda substancial.

Crescendo com Martha, ela experimentou em primeira mão as dificuldades da pobreza, especialmente quando não podiam pagar um aparelho auditivo. Ela entendeu a tensão que tais desafios poderiam colocar em uma família comum.

Todos os anos, a Smith reservava uma parte de seus ganhos para ajudar as crianças que lutavam contra a mesma doença que havia enfrentado.

A razão pela qual ela escolheu morar na humilde casa em Sparaville era simples — era a casa de Martha e foi onde passou a infância.

Essas eram coisas que Paula nunca entenderia.

Olhando para trás, Cecilia percebeu que nunca foi sobre não gostar de estranhos, mas sobre tornar sua vida difícil.

Se Nathaniel não gostava de ter empregadas domésticas ou funcionários de meio período por perto, o que fazia antes? Ele mesmo limpava a casa?

“Certo.”

Ao ouvir isso, Cecilia pegou um cartão e o colocou ao lado da mão masculina. “A senha é 247967”, disse ela, observando sua reação.

Os dedos de Nathaniel roçaram o cartão, e ele pareceu surpreso. “Eu posso comprar essas coisas sozinho”, disse o empresário, suavemente.

Cecilia ignorou seu comentário e continuou: “Há um milhão e duzentos mil neste cartão. A partir de agora, irei transferir o mesmo valor para sua conta todos os meses. Após fazer compras, lembre-se de anotar as despesas e relatá-las a mim.”

“Afinal, meu dinheiro não cresce em árvores”, acrescentou ela.

Suas palavras carregavam o peso de uma lição que Nathaniel uma vez lhe ensinou.