Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 349

Se alguém não estivesse familiarizado com Paula, não conseguiria perceber sua atuação.

Um brilho de zombaria passou pelos lindos e profundos olhos de Cecilia.

“Para quem você está planejando me vender desta vez? Ou está tentando me usar de novo para ganhar algum tipo de vantagem?”

De repente, a mais velha não conseguiu mais manter a pretensão. “Eu não disse para você não me olhar assim?”

Ela olhou nos olhos de Cecilia, desejando poder arrancá-los e esmagá-los sob o pé.

A jovem não prestou atenção às suas palavras. “Você prefere sair por conta própria, ou devo lhe acompanhar?”

No final, Paula voltou de mãos vazias.

No caminho de volta, sua mente estava cheia de lembranças do olhar arrepiante de sua filha.

Ela não conseguia deixar de pensar em Matheus revelando que Cecilia ainda estava segurando o testamento que seu pai havia secretamente redigido.

Renato havia surpreendentemente escolhido entregar a empresa à sua filha, ao invés de seu próprio filho!

Paula ficou tão furiosa que queria desenterrar o túmulo do falecido.

“Mesmo na morte, você não vai me deixar ficar em paz.”

Algumas pessoas passam a vida inteira se curando da infância.

Cecilia ficou enraizada no local por um longo tempo, observando enquanto o carro de sua mãe biológica se afastava.

De repente, ela sentiu um casaco cair em suas costas. Demorou um momento para ela perceber e se virar, apenas para descobrir que Cícero havia conseguido se aproximar dela por trás sem ser notado.

“Quando você chegou aqui?”

“Infelizmente, assim que Paula saiu”, disse o homem.

Cecilia baixou o olhar. “Devo ter me feito de boba na sua frente.”

Cícero ergueu a mão, gentilmente tirando a neve acumulada do cabelo dela. “Por que está falando como se fôssemos estranhos?”, perguntou ele. “Somos amigos íntimos desde a infância, não somos?”

Cecilia assentiu com lágrimas em concordância.

Pouco depois, ela perguntou: “Você veio aqui por um motivo específico?”

“Martha mandou me chamar”, declarou Cícero.

Após ouvir o que foi dito, ela entendeu o que a Holmes pretendia fazer. Quando estavam prestes a entrar na casa, estendeu a mão e agarrou a bainha da camisa masculina.

“Não leve a sério o que Martha diz a você. Ela está falando por preocupação comigo, na esperança de encontrar alguém que possa cuidar de mim. Mas não preciso de ninguém para cuidar de mim, há muito tempo sou capaz de cuidar dos outros.”

“Claro.”

Antes de entrar no carro, Cecilia percebeu que Jonathan não tinha ninguém para buscá-lo.

Nathaniel era realmente impossível, ele só se concentrou em levar a criança para casa, negligenciando completamente as idas e vindas diárias da escola.

Sem outra opção, a jovem ligou para Sandro para pedir sua ajuda para buscar o filho.

Fazia um tempo desde a última vez que ela foi ao supermercado para comprar mantimentos. A primeira coisa que ela pegou foi uma cenoura, sabendo que o Rainsworth e o filho se recusavam a comê-las. Apesar disso, ela estava determinada a fazê-los comer naquela noite.

Cícero escolheu todos os outros pratos.

Enquanto fazia compras, ele recebeu um telefonema. Era seu bom amigo, Yago, na linha.

“Estou ocupado, o que foi?”

“Estou no seu escritório, com o que está tão ocupado?”, perguntou o amigo, muito parecido com uma esposa verificando o marido.

Cícero estava ficando impaciente. “Estou fazendo compras com Cecilia, vamos jantar juntos esta noite.”

“Você não disse que Nathaniel está na casa dela?” A boca de Yago estava aberta em choque. “Você precisa ter algum respeito. Afinal, ele é o marido. Você não pode simplesmente entrar e ficar de vela. Isto não é certo...”

Beep! Cícero encerrou a ligação.