Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 420

Cecilia não se incomodou em discutir mais. Irritada, puxou o cobertor em volta de si, deixando Nathaniel deitado quieto ao seu lado.

“Se você vai ficar aqui, então durma assim”, resmungou ela.

Depois de apagar a luz, não demorou muito para Cecilia adormecer, seu cansaço finalmente pegando-a de jeito. Nathaniel, no entanto, permaneceu acordado, ouvindo sua respiração calma. Com delicadeza, puxou-a para mais perto de seus braços, saboreando o calor de sua presença.

Na manhã seguinte, ao acordar, Cecilia se encontrou aconchegada contra o peito firme de Nathaniel. Abriu os olhos devagar e, ao inclinar a cabeça para trás, ficou cara a cara com o rosto bonito de Nathaniel.

Em pânico, Cecilia se desvencilhou rapidamente do abraço dele, tomando cuidado para não acordá-lo. Imediatamente vestiu o casaco e apressou-se para sair da cama.

Assim que abriu a porta do quarto, viu que Marta já estava acordada, sentada na sala de estar. Marta a notou e sorriu gentilmente. “Venha aqui, Ceci”, chamou. “Quero ter uma conversa com você.”

Cecilia sentiu-se um pouco envergonhada, certa de que Marta havia entendido a situação de forma errada. No entanto, seguiu Marta até seu quarto, pronta para se explicar. Uma vez sentadas, Cecilia disse rapidamente: “Foi ele quem insistiu em ficar ontem à noite. Nós não... fizemos nada.”

Marta riu suavemente. “Ceci, não há necessidade de me explicar nada, minha querida. Apenas quero que saiba que, qualquer decisão que você tomar, estarei sempre ao seu lado.”

Cecilia acenou com a cabeça, grata pela compreensão de Marta.

Marta hesitou por um momento antes de acrescentar: “Notei que Nathaniel realmente mudou. Não seria uma má ideia você ficar com ele. A geração mais velha sempre diz que é melhor os casais estarem juntos, especialmente quando têm um filho.”

Cecilia ouviu em silêncio, sem saber como responder. Por fim, apenas disse: “Vou pensar sobre isso. Não se preocupe. O médico chegará em breve. Você deveria descansar um pouco mais antes que ele chegue.”

“Tudo bem”, concordou Marta.

Depois da conversa, Cecilia saiu do quarto para contatar o médico. Assim que terminou de fazer os arranjos necessários, Nathaniel desceu, já vestido.

“Ceci”, cumprimentou ele de forma casual.

Cecilia, ainda se sentindo desconfortável com a noite anterior, optou por não interagir com ele. Ignorou-o intencionalmente, fingindo estar ocupada.

“Vou dar uma olhada.” Vivian colocou a bolsa no chão e, como se estivesse prestes a ver um animal raro, dirigiu-se para o quarto de Nathaniel.

Antes que pudesse bater, a porta se abriu, e um homem alto saiu. “Temos visitantes?”, perguntou Nathaniel.

Vivian, a poucos passos de distância, o observou com atenção. Apesar de sua cegueira, não havia nada de incomum em seus olhos. Ela não pôde deixar de sentir uma mistura de pena e satisfação. Era, de fato, uma retribuição à altura—um homem tão escroto, agora cego.

Antes que Cecilia pudesse responder, Vivian falou: “Oi, sou Vivian, melhor amiga de infância da Cecilia. Lembra de mim? Uma vez você me levou à delegacia.”

A expressão de Nathaniel permaneceu inalterada ao responder: “Não me lembro.”

O rosto de Vivian caiu, sentindo-se um pouco sufocada pela resposta fria dele.

Como ele ainda podia ser tão insensível? Marta não disse que ele tinha mudado?