Despedida de um amor silencioso romance Capítulo 952

“Nathaniel, tenho certeza de que é tudo por causa daquele pedaço de vidro. Precisamos agendar a cirurgia, mas ela poderá envolver riscos significativos”, disse Zacarias, sentando-se.

Nathaniel perguntou: “Quais são os riscos?”

“A localização daquele fragmento de vidro é bastante preocupante, pois ele está totalmente cercado por vários nervos cerebrais”, disse com uma preocupação estampada em seu rosto. “Se a cirurgia não for executada com perfeição, ela poderá prejudicar as suas habilidades cognitivas.”

Foi exatamente por isso que ele tinha evitado a remoção daquele objeto estranho, apesar de tê-lo visto claramente antes de fechar o ferimento de Nathaniel. Uma cirurgia cerebral requer imensa precisão e até mesmo o menor erro poderá resultar em uma vida inteira de sofrimento para o paciente.

Nathaniel permaneceu em um longo silêncio. “Qual a sua confiança em relação a isso?”

“Menos da metade”, Zacarias suspirou.

Não que ele duvidasse de suas habilidades, pois ele tinha certeza de que nenhum dos cirurgiões do país poderia ser tão confiante quanto ele.

Naquele momento, Nathaniel não tomou nenhuma decisão precipitada.

Embora Nathaniel fosse cego, sua mente permanecia bastante afiada. No entanto, ele ainda podia trabalhar e garantir para Cecília e seus filhos que nunca lhes faltaria nada. Mas se ele perdesse essas habilidades, as consequências seriam desastrosas.

“Preciso de mais tempo para pensar”, respondeu Nathaniel.

“Você precisa agir rápido”, Zacarias acrescentou. “Quanto mais tempo os fragmentos permanecerem em seu cérebro, menores serão as chances de uma cirurgia bem-sucedida.”

“Entendido.” Nathaniel fez uma pausa por um momento antes de acrescentar: “Lembre-se, não compartilhe isso com ninguém.”

“Entendido”, ele concordou.

Esperando do lado de fora, Marcelo aproximou-se para ajudar Nathaniel assim que o viu sair. “Sr. Rainsworth, está tudo bem com seu ferimento?”

Não querendo que ele se preocupasse, Nathaniel disse: “Sim, agora ele está completamente curado.”

“Que alívio. Vamos para a empresa?”

“Vamos.”

Marcelo e Nathaniel trocaram mais algumas palavras ao saírem do hospital.

“Espere um momento!”, ele disse depois de um longo silêncio.

Nathaniel não pôde perder mais tempo: “Cecilia, posso lhe fazer uma pergunta?”

Ela achou estranho aquela pergunta repentina. “O que aconteceu? Pode falar!”

“O que você acha pior: ser cego ou ter uma deficiência intelectual?”, Nathaniel perguntou seriamente.

Que tipo de pergunta é essa?

Cecilia fez uma pausa e após um momento de reflexão, ela respondeu: “Honestamente, nenhuma das situações é ideal. Se eu tivesse que escolher, seria muito difícil lhe dizer. Os deficientes visuais ainda conseguem pensar e raciocinar, enquanto que aqueles com deficiência intelectual, frequentemente esquecem das coisas e precisam lutar o tempo todo para poderem viver. Cada um possui os seus próprios desafios.”

“Se você tivesse que escolher, em qual situação você preferia estar?”, ele perguntou.

Cecilia não tinha certeza do que estava a incomodando. “Se tivesse que escolher, acho que eu preferia ser cega. Como eu cuidaria das crianças se eu fosse deficiente intelectual?”